Coronavírus: Brasil tem quase 30 fábricas de vacina para gado e só 2 para humanos

A pandemia da covid-19 evidenciou uma fragilidade do Brasil: a alta dependência de insumos importados da China para a fabricação de vacinas e o sucateamento de laboratórios e fábricas usados para produzir imunizantes no país.

Enquanto na década de 1980, o Brasil tinha pelo menos cinco institutos capazes de produzir vacinas, atualmente, há apenas dois em operação: Bio-Manguinhos, da Fiocruz, e o Instituto Butantan.

E das 17 vacinas atualmente distribuídas por esses dois institutos de pesquisa, só quatro são fabricadas totalmente no Brasil e não dependem da importação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), como é chamada a matéria-prima para produzir imunizantes.

Esse sucateamento do setor de vacinas para humanos contrasta com os elevados investimentos na fabricação nacional de imunizantes para animais, principalmente gado.

Enquanto o Brasil importa a grande maioria das vacinas usadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mais de 90% das vacinas para gado são fabricadas no país, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).

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Negros são as maiores vítimas de erro judicial em reconhecimento de crimes por fotografias

O reconhecimento de acusados de cometer atos criminosos por fotografia e como essa prova é sujeita a falhas foi abordado em uma reportagem especial do Fantástico na noite deste domingo (21). O programa mostrou como jovens pobres e negros se tornam os principais suspeitos de delitos apenas por fotografia e como isso acaba levando inocentes para cadeia. Um estudo realizado pelo Colégio Nacional de Defensores Públicos Gerais (Condege)  mostra que os negros são as maiores vítimas desse tipo de erro, ocorrendo em 83% do casos.

Entre 2012 e 2020, 90 pessoas foram presas injustamente através de uma fotografia, que integrava um “catálogo de suspeitos” em delegacias. Em média, eles ficaram presos nove meses e depois foram absolvidos pela Justiça. Uma das vítimas, já foi reconhecida nove vezes por fotografia por crimes que nunca cometeu,sendo presa duas vezes e retirada do processo posteriormente por não ter ligação com os crimes. Uma delegacia do Rio de Janeiro mostrava um álbum de fotografias para vítimas de furtos e roubos, e elas tinham que marcar um X na foto do suspeito. Por conta disso, ele sempre recebe intimações. O sonho dele é que a sua fotografia seja retirada do álbum da delegacia.

Outra vítima entrevistada pelo Fantástico, para provar sua inocência em uma eventual acusação, sempre produz provas do seu dia a dia, do que tem feito. Ele se filma, e fotografa, os trajetos que fez, guarda as ordens de serviço do trabalho que desempenha para servirem como álibi.

O presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, Rodolfo Laterza, diz desconhecer que um inquérito seja concluído apenas com fotografia e defende os álbuns nas delegacias. Para ele, os erros são minoritários no país, e que o catálogo são de pessoas identificadas que cometeram crimes. A reportagem mostra que, muitas vezes, as delegacias não requerem outros meios de provas, como imagens de circuitos de segurança e reconhecimento presencial, além da demora na condução dos inquéritos, mantendo as pessoas presas por muito tempo, injustamente. O Fantástico também mostrou a campanha “Justiça para Inocentes”, com casos de pessoas que foram presas injustamente. A campanha denuncia o racismo estrutural no Sistema da Justiça em acusar negros como autores de crimes. Em outubro de 2020, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a fotografia não seja usada como único elemento de prova para condenar alguém, mas não tem valor de lei e as delegacias não são obrigadas a seguir o entendimento. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) quer apresentar um projeto de lei para inibir a acusação somente por fotografia. Para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o tema merece um debate mais aprofundado para garantia de direitos fundamentais de todos os cidadãos. 

Governo e Congresso acordam propostas de ajuste fiscal para liberar auxílio

O governo e lideranças partidárias fecharam um acordo nesta quinta-feira (18) que prevê a edição de uma MP (medida provisória) para liberar o auxílio emergencial, além da aprovação -já na próxima semana- de uma proposta unificada que trará medidas de ajuste fiscal.

O plano foi construído em reunião de líderes partidários e em um encontro entre os ministros Paulo Guedes (Economia) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Pelo acordo, serão fundidas as PECs (Propostas de Emenda à Constituição) Emergencial e do Pacto Federativo. Os dois textos tramitam no Senado desde o fim de 2019 e preveem, entre outros pontos, o acionamento de gatilhos de ajuste fiscal.

A ideia do governo e da cúpula do Congresso é aprovar a emenda à Constituição até a próxima quinta-feira (25). Em seguida, seria editada a MP, que tem validade imediata e traria as regras para liberação do auxílio.

Em breve pronunciamento na tarde desta quinta, o presidente do Senado disse que a aprovação da PEC não será uma contrapartida ao gasto com a assistência, mas sim um sinal de que o governo e o Congresso entendem ser necessário ter responsabilidade fiscal.

“A aprovação permitirá criar uma cláusula de calamidade para que se tenha a brecha necessária para termos o auxílio emergencial no Brasil”, disse.

Pacheco não deu detalhes sobre o formato, valor ou número de parcelas do auxílio. A equipe econômica defende o pagamento de três (ou, no máximo, quatro) parcelas entre R$ 200 e R$ 250.

Segundo o senador, o relatório da PEC será apresentado até a próxima segunda-feira (22).

Lira, por sua vez, elogiou a harmonia entre Câmara, Senado e governo e afirmou que a reunião foi simbólica para tratar “dos assuntos que são importantes para o Brasil”.

“As PECs que tramitam no Senado, as que tramitam na Câmara e o auxílio emergencial, além das vacinas e da pandemia”, disse.

Sem citar a controvérsia envolvendo a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), Lira falou que todos os outros assuntos “são laterais.”

“A nossa democracia é forjada em firmeza de instituições e nós, com isso, demos aqui uma demonstração clara para toda a população de que enfrentaremos os problemas”, ressaltou.

“Eles se acomodam gradativamente com o tempo, mas as pautas que foram traçadas pelo governo federal, pela Câmara e pelo Senado continuarão firmes, sem obstáculos para que as suas discussões e aprovações aconteçam o mais rápido possível nas duas Casas.”

Brasil registra a maior média móvel de mortes desde o início da pandemia

O Brasil registrou neste domingo (14) a maior média móvel de mortes por Covid-19 de toda a pandemia do novo coronavírus: 1.105.

Até então, a maior média era de 1.097 mortes, registrada em 25 de julho de 2020, no auge da primeira onda da doença no país. A média móvel é calculada somando o resultado dos últimos sete dias, dividindo por sete. O recurso estatístico busca dar uma visão melhor da evolução do vírus, pois atenua números isolados que fujam do padrão.

Os dados são fruto de colaboração inédita entre Folha de S.Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos ao coronavírus. As informações sobre números de casos e mortes são coletadas diretamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

Nas últimas 24h, o país registrou 647 óbitos pela doença e 22.440 novas infecções por Sars-CoV-2. Com isso, totaliza 239.294 mortes e a 9.833.695 pessoas infectadas desde março do ano passado.

Nos últimos dias os registros têm sido ainda mais altos. Na quinta (11), por exemplo, foram 1.452 novas mortes em um único dia. Nos finais de semana e nas segundas-feiras, porém, é comum que os números sejam mais baixos devido aos plantões nas pasta estaduais.

Auxílio emergencial deve voltar em março com duração de até quatro meses, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira, 11, que o auxílio emergencial deve voltar a ser pago em março, com duração entre três a quatro meses. Sem especificar o valor, Bolsonaro disse que o assunto é discutido entre a equipe econômica e o Congresso.

“Está quase certo, ainda não sabemos o valor. Com toda certeza – pode não ser – a partir de março, (por) três, quatro meses”, disse em conversa com jornalistas ao final de evento do governo em Alcântara (MA). “Isso que está sendo acertado com o Executivo e com o Parlamento também porque temos que ter responsabilidade fiscal”, acrescentou.

O presidente condicionou a volta do benefício ao fim de medidas de isolamento social. “Não basta apenas conceder mais uma período de auxílio emergencial, o comércio tem que voltar a funcionar. Tem que acabar com essa história de fecha tudo. Devemos cuidar dos mais idosos e quem tem comorbidade, o resto tem que trabalhar.”

O presidente não deu detalhes de quantas pessoas vão ser contempladas com essa nova rodada do auxílio. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já disse que a ideia é atender à metade dos 64 milhões de beneficiários que receberam no ano passado. Nem o presidente nem o ministro disse como vão ser os critérios de seleção.

Momentos antes, Bolsonaro chamou a atenção para o endividamento do país ao afirmar que o benefício deve ter tempo limitado. “No momento, a nossa equipe, juntamente com parlamentares, estudamos por mais alguns meses a extensão do auxílio emergencial, que repito, o nome é emergencial, não pode ser eterno porque isso representa um endividamento muito grande do nosso país, e ninguém quer o país quebrado.

Os rumores para a volta do auxílio ganharam força nos últimos dias após pressão dos novos presidentes do Congresso. Em 2020, o benefício consumiu R$ 320 bilhões dos cofres públicos.

Na quarta-feira, 10, Bolsonaro voltou a dizer que o governo não tem dinheiro no cofre e que o benefício é fruto de endividamento. Sem citar o benefício, Guedes afirmou na véspera que o governo federal não tomará medidas que comprometam o orçamento e disse que não se pode empurrar os custos da “guerra” contra o novo coronavírus para as futuras gerações.

Nesta quinta, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cobrou o ministro da Economia, Paulo Guedes, por uma nova rodada do auxílio emergencial com “uma alternativa viável” para o benefício ser concedido.

Guedes aceita mais três parcelas de R$ 200, mas condiciona a aprovação de uma nova rodada à aprovação de medidas de ajuste fiscal, como cortes de gastos com servidores, e uma base jurídica (que poderia ser uma cláusula de calamidade ou uma nova versão da PEC do orçamento de guerra para permitir ao governo ampliar os gastos fora de amarras fiscais)

Brasil reduz exames que identificam novas cepas de coronavírus

O Brasil reduziu em mais de 60% o número de exames de sequenciamento genético do coronavírus realizados. Este procedimento identifica as variantes em circulação. Isso significa que enquanto novas mutações vem sendo descobertas em todo mundo e até no Brasil, já que uma variante foi identificada no Amazonas, o país está verificando menos as linhagens em circulação. 

Além disso preocupa o fato prejudica a identificação do surgimento de novas cepas. As informações foram apuradas pelo Estadão.

A reportagem ressalta que entre março e maio de 2020, os primeiros meses da pandemia no Brasil, foram realizados 1.823 sequenciamentos no Brasil inteiro. 

Enquanto isso no fim de 2020 e início deste ano, entre novembro e janeiro, 585 exames de genomas foram realizados. 

Os dados foram levantados junto a Rede Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a partir das amostras depositadas no site Gisaid, banco online de sequenciamentos com dados do mundo inteiro. Vale destacar que o depósito das análises no sistema Gisaid pode demorar algumas semanas.

Especialistas ouvidos pela reportagem ressaltam que o atraso pode ter algum impacto na redução. Mas eles também sinalizam que apenas isso não explicaria a diferença de 68% no número de genomas sequenciados em comparação nos dois períodos. 

Homem ajuda a salvar vítima de acidente e é demitido após atraso

O autônomo Robsom dos Santos, de 35 anos, foi demitido após presenciar um acidente e se atrasar ao parar para ajudar a salvar a vítima, cujo carro capotou em uma rodovia de Bertioga, no litoral de São Paulo. “Me coloquei no lugar dele”, disse ao G1 nesta terça-feira (9).

O acidente ocorreu nesta segunda-feira (8), após o condutor do veículo fazer uma ultrapassagem na Rodovia Rio-Santos, na altura do bairro Maitinga. O motorista perdeu o controle do veículo e capotou na via, caindo em uma vala na área de mata lateral. “Eu vi tudo. Capotou umas cinco, seis vezes, só na pista”, relembra Santos.

De acordo com o autônomo, que estava em período de experiência na empresa, ele já havia saído atrasado de casa, mas, ver o acidente fez com que ele quisesse ajudar de alguma forma. Sinalizando para outros veículos, ele entrou na área de mata e viu o carro parcialmente submerso na água da vala. Preocupado com a possibilidade de a vítima se afogar, ele decidiu tentar tirá-la.

Santos conta que outros dois homens o ajudaram no resgate, alguns minutos depois de ele adentrar a área de mata. “Falei ‘oi, tudo bem? Tem gente?’. Aí ele falou ‘tem, eu estou sozinho’. Mandei ele tirar o cinto, para tirar ele, porque não conseguia virar o carro”, explica o autônomo.

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STF encaminha à PGR notícia-crime contra Bolsonaro por gastos alimentícios

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, encaminhou à Procuradoria Geral da República, comandada por Augusto Aras, uma notícia-crime apresentada pelo PDT pelos gastos alimentícios do governo federal em 2020. 

Segundo denúncia do site Metrópoles, o Executivo gastou R$ 1,8 bilhão com alimentos no ano passado, sendo R$ 15 milhões apenas em leite condensado, R$ 16,5 milhões em batata frita, R$ 13,4 milhões em barra de cereal, R$ 12,4 milhões em ervilha em conserva, R$ 21,4 milhões em iogurte natural e apenas em chicletes, foram R$ 2.203.681.

Agora é de responsabilidade de Aras investigar e propor eventual ação penal a Bolsonaro. Na petição, o PDT argumenta que os gastos são “desproporcionais à natureza dos produtos e à quantidade de pessoas que porventura os consumiriam”.

Vacina de Oxford tem 76% de eficácia após três semanas da primeira dose

Pesquisadores afirmam que a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca teve eficácia de 76% três semanas depois da primeira dose, de acordo com um estudo preliminar divulgado nesta terça-feira (2). Essa taxa é mantida até 90 dias após a aplicação, de acordo com o G1.
.Os estudos clínicos da vacina também apontaram uma eficácia de 82,4% em um intervalo de três meses após a segunda dose. Esse novo resultado é melhor do que o encontrado anteriormente, com uma eficácia de 54,9%, quando o reforço estava sendo aplicado após um mês e meio.

“Estes novos dados fornecem uma confirmação importante dos dados provisórios que foram utilizadas por mais de 25 órgãos reguladores, incluindo a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para a Saúde do Reino Unido e a Agência Europeia de Medicamentos, para conceder autorização de uso emergencial da vacina”, disse Andrew Pollard, pesquisador-chefe dos estudos clínicos em entrevista.

“O estudo também apoia a recomendação feita pelo Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI) [da OMS] para um intervalo de 12 semanas até a segunda dose, enquanto procuram uma abordagem ideal para implantação, e garante que as pessoas estejam protegidas 22 dias após uma dose única da vacina”.

Em dezembro do ano passado, um especialista britânico havia informado uma eficácia por volta de 70%, mas o dado não chegou a ser divulgado oficialmente.

A vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford, a ChAdOx1 nCoV-19, está sendo aplicada no Brasil após aprovação para uso emergencial. Na sexta-feira (29), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que recebeu o pedido de registro definitivo, com um prazo de 60 dias para a avaliação do processo.

Bolsonaro lidera todos os cenários para 2022 e vence nomes como Lula, Moro e Ciro

O presidente Jair Bolsonaro sai na frente nas intenções de voto na eleição presidencial de 2022 em cenários em que compete com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (sem partido) e Ciro Gomes (PDT). É o que mostram dados levantados pelo Instituto Paraná Pesquisas. 

No cenário 1, Bolsonaro aparece com 30,5% das intenções enquanto Moro ocupa o segundo lugar com 12%. Ciro aparece na terceira posição com 10,6%. Pontuam ainda Fernando Haddad (9,5%), Luciano Huck (8,1%), João Doria (5,4%), Guilherme Boulos (3,5%) e João Amoedo (2,9%).

No segundo cenário, Bolsonaro repete a posição de vantagem e soma 31% das intenções de voto. O nome do ex-presidente Lula teve 17,3% e ficou em segundo lugar. Moro teve 12,1% e Ciro Gomes 9,2%. 

SEGUNDO TURNO
O Instituto Paraná Pesquisas também levantou dados sobre um eventual segundo turno, com embates diretos entre os nomes.

Quando a disputa é entre Jair Bolsonaro e Lula, o atual presidente do Brasil chega a 42,4% e o petista 35,7%. Brancos e nulos 18,5% e não souberam 3,4%. 

Já entre Bolsonaro e Moro, o cenário fica tecnicamente empatado. O presidente soma 39,1% e o ex-ministro da Justiça 37,6%.

A pesquisa Paraná ouviu 2002 eleitores durante os dias 22 a 26 de janeiro de 2021. A margem estimada de erro de aproximadamente 2,0%
para os resultados gerais.

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