No último trimestre de 2020, de outubro a dezembro, a taxa de desocupação na Bahia ficou em 20,0%, um pouco menor do que a verificada no terceiro trimestre (20,7%), mas ainda acima da registrada no quatro trimestre de 2019 (16,4%). Com essa taxa, igual a de Alagoas, o estado se manteve com o maior índice do país pelo sexto trimestre consecutivo.
Esses números se referem à proporção de pessoas a partir dos 14 anos que procuraram, mas não conseguiram trabalho em relação ao total de pessoas que estão na força de trabalho, seja trabalhando (ocupadas) ou procurando (desocupadas).
Com esses dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao longo de todo o ano de 2020, a taxa média de desocupação na Bahia ficou em 19,8%, a maior do Brasil e um recorde para o estado na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), iniciada em 2012. De acordo com o IBGE, a última vez que a Bahia fechou um ano com a maior taxa de desocupação do país foi em 2016 (15,9%).
A nível de Brasil, Santa Catarina tem a posição mais favorável, com apenas 6,1% de taxa de desocupação. Diferente da Bahia e do Brasil, o estado da região Sul manteve sua média estável em relação ao ano passado.
REFLEXO DE OITO ANOS
O IBGE avalia que a desocupação histórica registrada na Bahia em 2020 é fruto de resultados negativos em todos os grupos populacionais envolvidos no mercado de trabalho. O número de pessoas trabalhando, fosse em ocupações formais ou informais (população ocupada), chegou a seu mais baixo patamar desde 2012: 5.159 milhões. Isso representou menos 626 mil pessoas ocupadas, em média, de 2019 para 2020, na Bahia: uma queda de 10,8%.
Por outro lado, o número de pessoas que não estavam trabalhando e procuraram trabalho no estado (população desocupada) atingiu seu pico, chegando a 1.272 milhão de desocupados, em média, em 2020, 70 mil a mais do que em 2019 (+5,8%).
De acordo com o IBGE, a desocupação só não foi maior porque também cresceu, de forma significativa, o número de pessoas que estavam fora da força de trabalho, o grupo que, por algum motivo, não estava trabalhando nem procurando um trabalho. Foram 5.795 milhões de pessoas nessa situação no estado, 782 mil a mais do que em 2019 (+15,6%).
Além disso, o número de desalentados também voltou a crescer no ano passado, chegando a seu maior patamar em oito anos.
A população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Eles somavam 808 mil pessoas em 2020, 36 mil a mais do que em 2019 (+4,6%).