Uma dona de casa do município de Araci, no nordeste da Bahia, perdeu mais de 90% da visão após ser diagnosticada com uveíte, uma inflamação da camada média do olho (úvea) e o tipo mais comum é uma inflamação da íris.
A inflamação tem tratamento, mas Elielma Santos conta que não conseguiu faze-lo por não ter condições financeiras para o remédio, nem para o transporte com destino ao consultório médico. Este ano ela retornou ao médico, mas não tem dinheiro para comprar as medicações.
“Eu preciso de uma ajuda para eu ir em um especialista. Os médicos falaram que não conseguem ver o fundo do meu olho e que se for fazer uma cirurgia, ela custa R$ 3 mil”, explica.
Conforme relata a dona de casa, em 2015, aos 20 anos, ela começou a sentir os primeiros sintomas. Agora, aos 25, ela perdeu a visão do olho esquerdo e mais de 90% do olho direito.
“Começou com umas dores nos olhos, eles ficavam vermelhos, eu sentia dores de cabeça”, conta.
Depois de procurar um oftalmologista, em Araci onde vive, Elielma foi orientada a fazer uso de corticoides e colírios, mas sem condições financeiras, a paciente não deu continuidade ao tratamento.
“Eu dependia de carro de saúde e quando o carro da saúde [secretaria] não vinha me buscar eu não tinha dinheiro para ir [ao médico], então eu acabava perdendo [a consulta]. E o tratamento encerrou”, diz a dona de casa.
Frequentemente confundida com a conjuntivite, uveíte começa com dor nos olhos, visão embaçada, vermelhidão e sensibilidade à luz. Se o problema não for tratado a tempo, pode gerar dano irreversível a visão
“A diminuição da visão que o paciente tem durante a uveíte pode ser temporária, causada pela própria inflamação ou causada pelo desenvolvimento de uma catarata. A partir do momento que a doença é estabilizada o paciente pode operar, mas também essa taxa de visão pode ser permanente”, explica o oftalmologista Rodrigo Reis.
Mesmo enfrentando dificuldades, Elielma não perdeu as esperanças de voltar a ter 100% da visão.
O médico Rodrigo Reis ofereceu as consultas para Elielma, mas ela não tem dinheiro para pagar transporte para Feira de Santana, distante cerca de 100km de Araci. Já a Secretaria de Saúde de Araci que disse que vai verificar a situação da paciente e analisar o que poderá ser feito.