Com os bastidores da política baiana aquecidos a pouco menos de um ano das eleições de 2022, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, disse que as arrumações para colocar seu time em campo começarão a partir do dia 2 de dezembro, data em que vai anunciar sua pré-candidatura ao governo da Bahia (leia mais aqui).
Em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (29), o presidente do Democratas – e futuro secretário geral do União Brasil – foi questionado sobre diversos temas, inclusive a relação com o MDB no estado após a sinalização que o partido deixará seu grupo político para apoiar Rui Costa e Jaques Wagner (relembre aqui).
“Não há que se especular nada até aqui, porque não comecei a conversar com ninguém. Mas se você perguntar se tenho disposição de conversar com o MDB, é total, claro que sim”, disse Neto.
ACM Neto também projeta que a regra de fim de coligação vai provocar um movimento de reforçar partidos que tem candidato próprio a governos locais.
REGISTRO DO UNIÃO BRASIL
Após a divulgação de que o União Brasil, partido derivado da fusão entre DEM e PSL, ainda não havia solicitado a oficialização junto ao TSE (leia mais aqui), Neto confirmou que a solicitação não foi feita ao justificar que esse é o período de registro em cartório, já que trata-se de uma pessoa jurídica que precisa ser registrada. Segundo ACM Neto, a nova sigla deve ser oficializada em fevereiro.
“A janela se abre em março, então haverá saída e entrada, e como a saída só pode acontecer depois que o partido estiver oficializado, os prazos vão estar muito próximos. Vai ter muita gente saindo e entrando. A nossa atenção não está na fotografia de 2018, está nas projeções para 2022. Não vamos fazer nenhuma força para quem quiser sair pode sair, porta vai estar aberta”, disse ao comentar sobre a movimentação que deve ocorrer na legenda após a concretização.
O ex-prefeito de Salvador também foi questionado sobre a relação com Guilherme Bellintani e João Roma, quadros importantes na política da Bahia. Neto rechaçou conversas sobre estremecimentos com o presidente do Bahia, a quem ele chamou de amigo, e evitou comentar o flerte de Bellintani com o grupo político de Rui Costa. “Ele ainda tem muita contribuição a dar na vida publica, não sei jogando em que posição”, afirmou.
Sobre João Roma, seu ex-aliado e apadrinhado político, ele resumiu a relação ao dizer que havia uma necessidade de marcar sua posição após Roma ter aceitado o convite para ministro da Cidadania e cada um seguiu seu caminho. “Deixou de ser uma questão para mim, estou tocando minha vida e ele a dele lá. Efetivamente, nesses últimos meses, não há contato entre nós”, pontuou.
DEU SAUDADE?
E por falar em aliados e ex-aliados, Neto aproveitou a conversa para fazer afagos e descer o tom adotado nos últimos meses ao falar de Rodrigo Maia. Os dois romperam as relações após a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, em fevereiro, quando Maia articulou a candidatura de Baleia Rossi (MDB) e viu boa parte de seu partido apoiar Arthur Lira (PP), candidato do Planalto. Maia chegou a ser expulso do DEM após duras declarações contra ACM Neto.
Segundo Neto, o desentendimento com Rodrigo Maia ficou no passado e agora há uma janela de reconciliação entre os dois. “Relação de 20 anos, dos quais nove meses extremamente turbulentos. Nesses 20 anos eu prefiro ficar com os 19 de relação de amizade. Eu tive um diálogo com o Rodrigo, voltamos a nos falar e para mim são assuntos que estão no passado. Você tem ali dois amigos que viveram a vida toda juntos, se desentenderam, tomaram posições que não deviam, mas existe ali uma janela de reconciliação”, comentou.
Apesar da retomada na relação, ACM Neto disse que não há conversas para uma eventual filiação de Rodrigo Maia ao União Brasil.