Bombeiro que mora em casarão de luxo é preso em investigação do caso Marielle

O sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Corrêa, o Suel, preso nesta quarta-feira por suspeita de envolvimento nas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes, tem um padrão de vida incompatível com sua renda. Ele recebe cerca de R$ 6 mil brutos e, para os investigadores, essa quantia não é suficiente para manter a maneira como vive atualmente.

O salário mensal de um sargento do Corpo de Bombeiros no Rio gira em torno de R$ 4.446, com todos os descontos. Em 12 meses Suel recebe R$ 53.352,00 e não teria renda suficiente para bancar a casa, em um condomínio de luxo, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Segundo sites especializados em imóveis, uma casa sem muita sofisticação no residencial onde ele vive está avaliada em cerca de R$ 1.900.000.

Na casa de Suel, um triplex os agentes encontraram uma pequena lancha que estava estacionada na garagem. Já do lado de fora do imóvel os investigadores fizeram busca e apreensão na BMW-X6 pertencente ao agente. Segundo os investigadores, o carro está avaliado em R$ 172 mil.

Suel também será investigado por lavagem de dinheiro.

— Ele não tem renda compatível para os bens que tem. Durante as investigações, se comprovado, ele poderá responder por lavagem de dinheiro — afirmou Antônio Ricardo Lima Nunes, delegado-titular do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP).

Submersus II é o nome da operação desta quarta-feira. Acredita-se que uma submetralhadora HK-MP5, que teria sido usada na execução da parlamentar, tenha sido jogada no mar da Barra da Tijuca, próximo às Ilhas Tijucas.

Delegado espera solucionar caso este ano

O delegado-titular do DGHPP afirmou que espera prender ainda em 2020 os mandantes do assassinato da vereadora e de seu motorista.

— Ao longo dessa investigação já prendemos mais de 65 pessoas, apreendemos dezenas de armas e já existem diversas investigações que se desdobraram. Acreditamos que iremos solicitar esse caso ainda neste ano — destacou o policial.

A coordenadora do Gaeco, Simone Sibílio, comandou a busca e apreensão no alvo principal: a casa de Corrêa. Participam da ação as corregedorias das polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros. Agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) fazem parte da ação com dois blindados.

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