A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou na última quinta-feira (19) que não tem recomendação para uso de medicamentos que contém hidroxicloroquina e cloroquina no tratamento do novo coronavírus. Segundo a agência, esses medicamentos servem para tratarartrite, lupus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária.
“Apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da COVID-19. Assim, não há recomendação da Anvisa, no momento, para o uso em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação. Ressaltamos que a automedicação pode representar um grave risco à sua saúde”, disse.
Em pesquisas, quatro medicamentos apresentaram resultados positivos, mas ainda preliminares. A cloroquina foi testada em um grupo muito pequeno em Marselha, na França, em 20 pacientes. O vírus desapareceu depois de seis dias.
Apesar dos testes causarem esperança em meio à pandemia, ainda é cedo para definir a eficácia no tratamento. Os especialistas são unânimes no alerta de que a automedicação pode causar um problema ainda maior.
“Se simplesmente as pessoas começarem a receber qualquer tipo de medicação, não só vai haver o risco de pessoas morrerem em função das drogas em vez de morrerem em função do vírus, mas também, no final do surto, nós não vamos saber o que funciona e o que não funciona”, disse o médico brasileiro André Kalil, líder dos testes na Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos.