O artista plástico, professor e poeta Raimundo Carvalho lançou “FLORES – SENDO”, livro que condensa cinco centenas de escritos poéticos marcados por ancestralidade indígena, memórias afetivas e um manifesto sobre viver “poeticamente”. O evento de lançamento aconteceu nesta sexta-feira (23), das 09 às 21h, no teatro do CETIT – Colégio Estadual de Tempo Integral de Teofilândia. Os exemplares serão doados para escolas públicas municipais e estaduais do município.
Mestrando em Relações Étnicas e Contemporaneidade (PPGREC/UESB) e licenciado em Filosofia pela UFBA, Carvalho tem uma trajetória que une academia, arte visual e literatura. Suas pinturas já percorreram galerias dos Estados Unidos, Europa e diversas cidades brasileiras, mas é nas raízes baianas — especialmente nas lições de sua avó Florença e de sua mãe Lindaura — que ele busca inspiração para a escrita.
“Minha herança é o ‘Aprender a Ser Sendo'”, explica o artista, que também prepara o lançamento de uma marca de roupas com estampas de suas telas pintadas à mão em tecido e algodão.
Poesia como ato político e existencial
Financiado pela Lei Aldir Blanc Municipal, o livro é um convite à comunhão com a vida, longe da “esquizofrenia coletiva do Ter”. Os textos celebram a rebeldia das flores — símbolos de autenticidade e resistência — e propõem um “enamoramento fértil” com o Bem Viver. “Flores-Ser-Sendo é trilhar vias próprias, sem cartilhas coloniais. É respirar a vida em plenitude, com leveza e afeto”, define Carvalho, cuja escrita exalta a “boniteza como revolução sensível”. A obra critica o colonialismo anestesiante que, segundo ele, ancora a sociedade no acúmulo e esvazia a essência humana.



