Se passar eu veto, diz Bolsonaro sobre projeto que cria ‘passaporte da vacina’

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou nesta terça-feira (15) a proposta que cria um passaporte da vacinação contra a Covid e prometeu vetar o texto caso ele seja aprovado no Congresso.
 

“O que tu acha do passaporte da Covid? Tem uma onda ontem aí, estourou nas redes sociais. Sem comentários, né? A vacina vai ser obrigatória no Brasil? Não tem cabimento”, disse Bolsonaro, em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. A fala foi transmitida por um site bolsonarista.
 

“Alguns falam [que] para você viajar tem que ter um cartão de vacinação. Ora, cada país faça as suas regras. Se para ir para tal país tem que ter tomado tal vacina e você não tomar, você não entra”, disse Bolsonaro.
 

“Eu não acredito que [o projeto] passe pelo Parlamento. Se passar eu veto, daí o Parlamento vai analisar o veto. Se derrubar, daí é lei”, acrescentou.
 

O Senado aprovou na quinta (10) a criação de um passaporte de vacinação que poderá ser cobrado para autorizar a entrada de pessoas em espaços públicos e privados, como transporte coletivo, hotéis e parques.
 

A matéria ainda precisa ser analisada pela Câmara dos Deputados.
 

Chamado de CSS (Certificado de Imunização e Segurança Sanitária), o documento é inspirado no Certificado Verde Digital, criado pela União Europeia. Apesar da fala de Bolsonaro desta terça, o projeto teve apoio do governo e da oposição e segue para ser analisado na Câmara dos Deputados.
 

De acordo com as regras, o certificado poderá ser impresso ou acessado em plataforma digital e gratuita para comprovar que quem o porta teve resultado negativo para o coronavírus ou já tomou vacina contra a Covid-19 ou outras doenças que possam vir a causar surtos e pandemias no país. 

A proposta determina que a autoridade competente defina quais imunizantes e testes serão aceitos no comprovante.

Caberá à União, estados, Distrito Federal e municípios definir onde a apresentação do certificado será obrigatória. No caso de adoção de medidas restritivas, o titular do CSS atualizado não poderá ser impedido de entrar em, circular por ou utilizar esses locais, desde que respeite as medidas sanitárias profiláticas determinadas.
 
Os estabelecimentos que exigirem o documento deverão divulgar a seguinte mensagem na entrada: “O ingresso neste local está condicionado à apresentação do Certificado de Imunização e Segurança Sanitária (CSS)”.

Pelo projeto, os comércios e empresas que cumprirem as medidas não poderão sofrer sanções ou restrições ou serem impedidas de funcionar, mas deverão cumprir as demais regras para evitar a proliferação do vírus definidas pelos governos. 

O texto também prevê que, caso seja estabelecida a necessidade de apresentação do Certificado Internacional de Vacinação e/ou testagem para entrada no Brasil, os postos consulares no exterior poderão intermediar a emissão do CSS.

Se for instituída alguma cobrança para expedir o documento fora do país, o projeto determina que os estudantes brasileiros que comprovarem que estudam, pesquisam ou participam de atividade de extensão no exterior fiquem isentos do pagamento.
 
A plataforma digital do CSS será operada pela União, em coordenação com os estados, o Distrito Federal, municípios e serviços públicos e privados de saúde credenciados. Caberá ao governo federal criar a fonte orçamentária para implantação do passaporte.
 
O projeto determina que haverá responsabilização nas esferas civil, administrativa e penal para quem produzir, utilizar ou comercializar certificado falso.

Doações de sangue no país caem 10% na pandemia e estados buscam remanejamento de estoque

O volume de coletas para doações de sangue no país caiu cerca de 10% em meio a pandemia da Covid-19. Em 2019, o número de coletas de bolsas de sangue chegou a 3.271.824. Já em 2020, esse total caiu para 2.958.665.
 

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (14) pelo Ministério da Saúde, em alusão à data que celebra a doação de sangue.
 

Segundo a diretora de atenção especializada e temática da pasta, Maira Botelho, em meio à queda, a rede de hemocentros manteve um plano de contingência para remanejar bolsas de sangue entre os estados.
 

Ao menos nove estados tiveram que solicitar esse remanejamento nos últimos meses devido a estoques em nível baixo ou crítico (São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Piauí, Rondônia, Sergipe, Pernambuco e Amapá). Foram, pelo menos, 2.666 hemocomponentes remanejados.
 

Atualmente, o tempo médio entre a solicitação e a chegada do material é de até oito horas, intervalo que já considera o prazo entre estados mais distantes entre si.
 

Apesar da queda no volume de doações, situação que pode estar ligada à menor circulação de pessoas, Botelho diz que não houve registro de desabastecimento. Ela atribui a situação ao plano de contingência adotado em conjunto com os estados e a campanhas feitas no período para aumentar o volume de doações. Os dados atuais dos estoques não foram informados.
 

“Tivemos, durante a pandemia, uma redução de 10% de doações em todo o país. Em paralelo, tivemos reduções nas cirurgias eletivas, mas é preciso dizer que outras doenças e situações que precisam de sangue, nada disso parou”, afirma a diretora.
 

Após anunciar os dados sobre o volume de coletas, o Ministério da Saúde lançou uma nova campanha para incentivar doações de sangue, com o mote “Doe sangue regularmente. Com a nossa união, a vida se completa”.
 

O secretário de saúde do Distrito Federal, Osnei Okumoto, lembra que, nos últimos meses, cirurgias eletivas foram suspensas, o que ajudou a conter parte da demanda. “Mas, passado esse momento, vamos retomar as cirurgias eletivas, e vamos precisar ter estoques. E é importante que todos tenham consciência de que vamos precisar muito [de doações]”, afirma.
 

Ele frisa que, em geral, os hemocentros têm trabalhado com agendamentos para facilitar as coletas em meio à pandemia e manter as recomendações de distanciamento.
 

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que as doações demonstram a “solidariedade” dos brasileiros e fez um apelo por mais doações. “Vamos nos unir para manter nossos bancos de sangue com reservas suficientes”, disse.
 

Recentemente, outras entidades também têm feito campanhas para incentivar a doação de sangue.
 

Segundo informações da Saúde, podem doar sangue pessoas entre 16 e 69 anos (desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos) que estejam pesando mais de 50 kg. Para menores de 18 anos, é necessário o consentimento dos responsáveis. É preciso levar documento de identidade original, com foto recente, e é recomendado ligar no hemocentro ou ponto de coleta mais próximo para agendar horário.
 

Pessoas com febre, gripe ou resfriado, diarreia recente, grávidas e mulheres no pós-parto não podem doar temporariamente. Quem teve Covid-19 pode doar sangue depois de 30 dias de cura, mas há outras situações que impedem a doação. Veja mais informações aqui.

Após vender água ‘consagrada’ para curar coronavírus, R.R Soares é internado com Covid

O missionário R.R. Soares, de 73 anos, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, está internado com Covid-19 no Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro. A informação foi divulgada pelo colunista Ancelmo Gois, no jornal O Globo. 

Em maio de 2020, o missionário chegou a anunciar, em seu programa de TV, uma água “consagrada” para curar o novo coronavírus durante. Soares vendeu o líquido garantindo propriedades milagrosas e pediu doações dos fies durante o programa SOS da Fé.

De acordo com UOL, à época, o missionário criou um placar para mostrar os curados por sua oração. Em vídeos falando sobre o produto são reproduzidos relatos de supostos curados para mostrar pessoas de diferentes locais do Brasil que adquiriram a água.

O missionário também é apontado como um dos “conselheiros” de figuras do governo de Jair Bolsonaro na condução da pandemia. Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social do governo federal, disse que Soares era uma figura de consulta. 

Não há detalhes sobre o estado de saúde do missionário evangélico. 

Maioria das empresas brasileiras diz ser alvo de ataques digitais com frequência

A maioria das empresas brasileiras diz que é alvo de fraudes e ataques digitais com média ou alta frequência, segundo pesquisa da Mastercard em parceria com o Datafolha.

De acordo com o levantamento, 57% das companhias dos setores de educação, financeiro e seguros, tecnologia e telecomunicações, saúde e varejo afirmam se enquadrar nessa categoria. As que dizem ser atacadas com baixa frequência são 34%, enquanto 8% dizem não ser alvo.
 

Divulgado nesta terça-feira (1º), o estudo, chamado de “Barômetro da Segurança Digital”, entrevistou decisores da área de tecnologia de 351 empresas, entre os dias 1 e 25 de fevereiro de 2021, por meio de entrevistas telefônicas. A margem de erro é de 5 pontos percentuais.
 
Os resultados apontam que, apesar das organizações reconhecerem a importância da cibersegurança, elas não desenvolvem políticas de segurança digital e treinamento para os seus funcionários de forma aprofundada.

Entre os segmentos analisados, os mais preparados em cibersegurança são finanças e seguros e tecnologia e telecomunicações.
 

De acordo com os entrevistados, apenas 24% das empresas consideram estar bem preparadas para reagir a um ataque cibernético e só 32% delas têm uma área própria de cibersegurança separada do setor de tecnologia da informação (TI), algo considerado fundamental por especialistas de segurança digital.
 
No caso das empresas de tecnologia e telecomunicação, a maioria (54%) têm um time de cibersegurança independente.

Enquanto a maioria dos responsáveis afirma ter um plano de resposta a um eventual ataque, apenas um terço fez algum tipo de teste preventivo nos três meses antecedentes à realização da pesquisa.

A preocupação é vista como prioridade máxima em apenas 21% das empresas. No caso do setor financeiro e de seguros, a métrica sobe para 39%.

As áreas vistas como mais suscetíveis para ataques de hackers são o departamento financeiro e o banco de dados de seus clientes, sendo que 11% delas afirmaram ter sofrido algum tipo de ataque cibernético em 2020. 

De acordo com os respondentes, o as principais dificuldades são: conscientizar os profissionais da empresa sobre a importância do assunto e encontrar profissionais qualificados para gerir o sistema de segurança.

Para os entrevistados, investir em cibersegurança traz confiança para gestão dos negócios e credibilidade diante de clientes e parceiros.
 
“Hoje, mais do que nunca, os consumidores desejam interações simples, rápidas e seguras com quem se relacionam online. O cliente não quer praticidade em detrimento da segurança”, afirma Estanislau Bassols, gerente geral da Mastercard. 

A maioria dos entrevistados afirma que a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) trará mais benefícios do que prejuízos para as organizações.
 
Dicas da Mastercard para melhorar a segurança digital: Fazer simulações de riscos e fraudes frequentemente -sem esquecer dos parceiros e terceiros; Ter uma área focada em cibergurança na companhia; Treinar e conscientizar seus funcionários sobre a importância da segurança no ambiente digital; Contratar e fazer parcerias com empresas que ofereçam soluções em cibersegurança.

‘Brasil poderia ser o primeiro país do mundo a começar a vacinação’, afirma diretor do Butantan

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou à CPI da Covid nesta quinta-feira (27) que a vacinação no Brasil poderia ter começado antes “se todos os atores” tivessem colaborado.
 

Segundo Covas, o laboratório tinha quase 10 milhões de doses prontas no ano passado. Quase 10 milhões de doses prontas em dezembro do ano passado.
 

“O Brasil poderia ser o primeiro país do mundo a começar a vacinação, se não fossem os percalços, tanto de vista de contrato como regulatório”, disse. O estado de São Paulo começou a vacinar em 17 de janeiro.
 

De acordo com Covas, o mundo começou a aplicar os imunizantes em 8 de dezembro.

Butantan e Anvisa se reúnem para discutir exigências para testes da ButanVac

Técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e do Instituto Butantan se reúnem, nesta quarta-feira (19), para tratar de documentos e exigências relativas à produção e ao controle de qualidade da candidata a vacina Butanvac.

O imunobiológico é a aposta do instituto em uma vacina 100% nacional e que não vai enfrentar impasses com a demora da chegada de matéria-prima, como acontece com a Coronavac e a de Oxford/Astrazeneca, que hoje são produzidas no Brasil.

Uma outra reunião já foi realizada na segunda-feira (17).

O Butantan solicitou à Anvisa autorização para realizar testes clínicos da nova vacina. A Anvisa destaca que para conceder a autorização de um estudo com seres humanos, avalia tanto a proposta da pesquisa em si, como os dados da vacina que será testada nas pessoas.

No caso das vacinas que ainda não foram testadas em seres humanos, essa é uma parte especialmente importante da análise, ressaltou a Agência.

Na quinta-feira (13) a Anvisa pediu que o Butantan complementasse as informações sobre a ButanVac, antes de liberar os testes clínicos em humanos.

O diretor do Butantan, Dimas Covas, ressaltou que a ButanVac vai possibilitar independência ao Brasil na produção de vacinas.  A previsão de Covas é otimista, já para o segundo semestre deste ano. “Nós temos uma grande capacidade de produção e poderemos ajudar muito o país com essa vacina, que não dependerá da importação de matéria-prima”, defendeu Covas na sexta-feira (14), ao dizer que o Butantan responderá com brevidade as questões levantadas pela Anvisa.

O Instituto Butantan finalizou nesta terça-feira (18) a produção de 6 milhões de doses da vacina ButanVac (saiba mais aqui). 

Rússia envia ao Brasil relatório mais completo sobre Spuntik V para análise da Anvisa

O governador Rui Costa anunciou que a Rússia encaminhou ao Brasil o relatório “no perfil” solicitado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para analisar pedido de autorização para importação da vacina Sputnik V.

O relatório tem todos os pontos detalhados. Vamos protocolar novo relatório técnico, enviado da Rússia, na Anvisa para ver se a gente consegue liberar as 37 milhões de doses da Sputnik V”, afirmou Rui durante entrevista ao Bahia Meio Dia, da TV Bahia.

A Anvisa negou, em 26 de abril, um pedido para importação do imunizante contra a Covid-19, desenvolvido pelo instituto russo Gamaleya.

Segundo parecer da área técnica, que norteou a decisão de diretores do órgão, faltam documentos que comprovem a segurança da vacina. Um dos “pontos críticos e cruciais” apontados em relação à segurança é a presença “adenovírus replicantes” em todos os lotes da Sputnik V vistoriados.

Caso a importação seja autorizada, cerca de 7 milhões de doses da vacina poderiam ser entregues para a região Nordeste ainda este mês, o que aceleraria o processo de vacinação na Bahia.

Ele ainda disse não ser possível traçar uma previsão de quando toda a população acima de 18 anos deve ser imunizada contra a Covid no estado. 

STF proíbe bancos de cobrarem por cheque especial não utilizado

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, por unanimidade, que é inconstitucional bancos cobrarem tarifa por cheque especial não utilizado.
 

Os ministros anularam resolução do Conselho Monetário Nacional que permitia a cobrança por mera disponibilização de cheque especial, mesmo que não fosse usado pelo cliente.
 

O ministro Gilmar Mendes, relator da matéria, suspendeu a norma em abril de 2020 e, em novembro do mesmo ano, todos os integrantes da corte votaram para referendar a decisão liminar (provisória) do magistrado.
 

Agora, a corte analisou o mérito da ação e reafirmou a ilegalidade da cobrança. O julgamento ocorreu na sessão do plenário virtual que foi até a última sexta-feira (30).
 

Os ministros concordaram com o relator. Gilmar afirmou que essa taxa só poderia ter sido criada por meio lei por ter a mesma natureza de um tributo.
 

“Não afirmo, evidentemente, que a cobrança dessa tarifa é tributo, mas tem todas as características (‘autorização’ de cobrança pelo Estado, por meio de instrumento jurídico substitutivo do Parlamento – artigo 1º da Lei 8.392/1991) e se apresenta como tal”, disse.
 

O ministro também afirmou que a resolução é inconstitucional por ser direcionada apenas a pessoas físicas e microempreendedores individuais.
 

“Ou o serviço em si é cobrado, independentemente de quem seja mutuário, ou não pode ser cobrado apenas de parcela dos consumidores dessa modalidade de crédito, tendo em vista que, na sociedade atual, o dinheiro e o tempo são cada vez mais escassos e valiosos”, disse.
 

A medida do CMN foi adotada como uma recompensa aos bancos, uma vez que a mesma resolução limitou em 8% ao mês os juros cobrados em empréstimos feitos no cheque especial.
 

“Para precificar o interesse de mercado das instituições financeiras, que tiveram seus lucros reduzidos com a contraprestação do ‘cheque especial’, o CMN acabou autorizando que os bancos cobrassem por algo que nunca foi permitido: a simples disponibilização mensal de limite de cheque especial, ainda que não usufruído”, disse Gilmar.
 

Nos autos do processo, o CMN havia afirmado que a alteração na cobrança tinha o objetivo de tornar a modalidade de crédito mais eficiente, estabelecendo um limite para a taxa de juros.
 

Os ministros julgaram uma ação do Podemos sobre o tema.
 

Por meio de nota, a Federação Brasileira de Bancos afirmou que as instituições financeiras não cobram a tarifa desde a decisão individual do ministro Gilmar Mendes no ano passado.
 

“Em cumprimento à decisão do Supremo, a Febraban informa que suas associadas não realizam qualquer cobrança de tarifa pela disponibilização de cheque especial ao cliente desde 16 de abril de 2020, data em que foi publicada a liminar suspendendo a eficácia do artigo 2º da Resolução 4.765 do Conselho Monetário Nacional”.

Guedes vê ‘excessos’ no Fies e diz que filho de porteiro foi aprovado com nota zero

O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta quinta-feira (29) em entrevista à reportagem que o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e outros programas de cunho social criados na era petista fazem parte de um belíssimo trabalho, e que suas críticas são voltadas ao que chamou de excesso das medidas.
 

Ele buscou esclarecer suas falas sobre o tema nesta semana dizendo que elas foram distorcidas. Guedes diz que não poderia ser contrário a iniciativas de parcerias com o setor privado na educação porque é um produto desse tipo de política.
 

“Eu sou um produto da oportunidade de educação. Eu sou de classe média e baixa e a vida inteira recebi bolsa de estudo baseado em performance e desempenho”, afirmou.
 

Segundo Guedes, houve universidades que viraram caça-níqueis ao atrair o máximo possível de alunos na esteira dos recursos liberados pelo programa estudantil. E citou o caso do filho de um porteiro.
 

“Houve excessos no Fies. É verídico. O porteiro do meu prédio um dia me falou ‘doutor Paulo, meu filho fez vestibular para uma faculdade privada, e olha a carta que recebi’. A carta dizia ‘parabéns, o senhor foi aprovado com média…’ e tinha um espaço. Era uma carta padronizada. E no espaço a média zero. Então claramente houve excessos”, disse.
 

O ministro buscou esclarecer declarações feitas por ele em reunião no começo desta semana, transmitidas pela internet sem que ele soubesse em um vídeo posteriormente deletado pelo governo. As falas sobre o Fies foram relatadas pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta.
 

Guedes disse na reunião que algumas universidades abriram vagas para todo mundo. “Deram bolsa para quem não tinha a menor capacidade. Não sabia ler, escrever. Botaram todo mundo. Exageraram. Foi de um extremo ao outro”, afirmou o ministro na reunião.
 

Em entrevista, Guedes disse não ser contrário ao conceito do Fies, apesar de manter críticas. Segundo ele, são justamente as parcerias do poder público com o setor privado que vão dar alívio para a demanda social existente no Brasil.
 

Hoje, diz, 76% dos alunos de ensino superior estão no sistema privado e atender tamanha demanda via poder público seria muito difícil.
 

“Não falei que [o Fies] foi um desastre. Eu defendo o voucher para a educação, que é mais importante do que emprestar dinheiro”, afirmou.
 

“Isso é um drama hoje no mundo inteiro, você empresta dinheiro e ali na frente ele não consegue o dinheiro e não consegue pagar. Eu defendo o empréstimo, mas defendo ainda mais ainda o voucher”, afirmou.
 

“Eu disse que houve excessos e esses excessos é que causam o desastre”, disse. “Como eles deram R$ 10 bilhões, R$ 15 bilhões, R$ 20 bilhões com esses excessos, ficou insustentável. E de repente cai. Em vez de você fazer algo sustentável, você comete o excesso e depois há um colapso total”, afirmou.
 

Para Guedes, o mesmo movimento aconteceu com outros programas criados no passado. “Isso aconteceu com quase tudo no passado, fizeram esses gastos tão grandes e depois caiu tudo. E nós estamos chegando agora e temos que arrumar, consertar as contas”, disse.
 

Guedes diz ainda que tem uma história baseada em investimentos na educação privada. “Eu criei o Ibmec, eu fundei a Abril Educação quando foi comprada pela Kroton, eu tenho uma história de realizações. E daí falam que eu não quero educação. Eu tenho uma vida na educação”, disse.
 

O ministro mencionou outros trechos da reunião, como uma fala sobre pessoas que queriam viver mais de cem anos e buscariam o sistema público de saúde.
 

Segundo ele, não foi uma crítica. Mas uma constatação sobre como lidar com recursos públicos e pensar em alternativas.

Pix terá pagamento semelhante a boleto a partir de maio

O Banco Central anunciou, nesta quinta-feira (22), que o serviço de cobrança semelhante ao boleto bancário no Pix, sistema de pagamentos instantâneos, começará a funcionar em 14 de maio.

Chamado de Pix Cobrança, a ferramenta permitirá que a empresa ou o prestador de serviço emita um QR Code para receber pagamentos imediatos em pontos de venda ou comércio eletrônico, por exemplo, além de cobranças com vencimento futuro.

Na ferramenta, é possível configurar outras informações além do valor, como juros, multa e descontos, como é feito no boleto bancário.

Até julho, as instituições que participam do sistema passarão por período de adaptação.

“A regra estabelece que as instituições participantes do Pix, que não conseguirem proporcionar a experiência completa de pagamento (leitura do QR Code e pagamento em data futura) no período de 14 de maio a 30 de junho, terão que, no mínimo, possibilitar a leitura e o pagamento na data da leitura do QR Code, com todos os encargos e abatimentos calculados corretamente”, diz o BC em nota.

“Esse é um período transitório, que dá as instituições um tempo adicional para finalizar as adequações nos sistemas. A partir de 1º de julho todos os participantes precisam ser capazes de fazer a leitura do QR Code e possibilitar o pagamento do QR Code para data futura”, completa.

O BC também anunciou o Pix Agendado, que será obrigatório a partir de 1º de setembro de 2021. Desde novembro do ano passado, quando o novo sistema de pagamentos foi lançado, essa é uma funcionalidade facultativa.

“Desde o lançamento do Pix, em novembro de 2020, essa é uma funcionalidade facultativa, e entende-se que este seja um prazo razoável para que todas as instituições façam os ajustes necessários nos seus sistemas e interfaces (aplicativos e internet banking)”, afirmou a autarquia.

Com a ferramenta, o cliente pode agendar uma transferência ou pagamento por Pix para data futura com o uso da chave, por exemplo.

“Tal medida visa ampliar ainda mais a comodidade dos pagadores, garantindo, que todos os usuários, independente da instituição que possuem conta, possam agendar um Pix”, disse a nota.

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