A taxa de desemprego no Brasil recuou para 10,5% no trimestre encerrado em abril deste ano, informou nesta terça-feira (31) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Nos três meses imediatamente anteriores (novembro a janeiro), o indicador estava em 11,2%.
O novo resultado veio abaixo das estimativas do mercado financeiro. Na mediana, analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam taxa de 10,9%.
“Estamos diante da manutenção do processo de retração da taxa de desocupação, que vem ocorrendo desde o trimestre encerrado em julho de 2021, em função, principalmente, do avanço da população ocupada nos últimos trimestres”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.
O número de desempregados recuou para 11,3 milhões no trimestre até abril, apontou o IBGE. O contingente estava em 12 milhões nos três meses imediatamente anteriores.
Pelas estatísticas oficiais, a população desempregada reúne quem está sem trabalho e segue à procura de novas vagas. Quem não tem emprego e não está buscando oportunidades não entra no cálculo.
Os dados divulgados pelo IBGE integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
O levantamento retrata tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Ou seja, são avaliados desde empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.
O contingente de pessoas ocupadas com algum tipo de trabalho foi estimado em aproximadamente 96,5 milhões, recorde da série histótica, iniciada em 2012. Houve alta de 1,1% ante o trimestre anterior (1,1 milhão de pessoas a mais).
Após o baque gerado pela pandemia, o mercado de trabalho tenta se recuperar no Brasil. Segundo a Pnad, o número de desocupados chegou a romper a faixa dos 15 milhões no começo de 2021, sob efeito da crise sanitária.
Com a derrubada de restrições e a reabertura da economia, houve um processo de retorno ao trabalho, e o desemprego passou a ceder ao longo do ano passado.
A reabertura de vagas, contudo, foi marcada por uma sequência de quedas na renda média dos trabalhadores.
Disparada da inflação, volta de informais ao mercado e criação de empregos com salários mais baixos são explicações associadas ao rendimento mais enxuto.
No trimestre até abril, a renda média do trabalho da população foi de R$ 2.569. Até houve relativa estabilidade frente ao trimestre imediatamente anterior (R$ 2.566), mas o indicador segue fragilizado se comparado a outros períodos da série histórica, iniciada em 2012.
Na comparação anual, com o trimestre encerrado em abril de 2021 (R$ 2.790), o rendimento encolheu 7,9%.