Após o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, transmitido em rede nacional de televisão e rádio na noite desta terça-feira, secretários da Saúde do Brasil divulgaram uma carta aberta, onde dizem “estarrecidos” ao discurso em que o presidente faz “uma tentativa de desmobilizar a sociedade brasileira, as autoridades sanitárias de todo o país”.
No texto, os gestores destacam que Bolsonaro contraria todas as recomendações
passadas pelo Ministério da Saúde.”Ao invés de desfazer todo o esforço e
sacrifício que temos feito junto com o povo brasileiro, negando todas as
recomendações tecnicamente embasadas e defendidas, inclusive, pelo seu
Ministério da Saúde, deveríamos ver o Presidente da República liderando a luta,
contribuindo para este esforço e conduzindo a nação para onde se espera de seu
principal governante: um lugar seguro para se viver, com saúde e bem
estar”.
Em outro trecho da carta, os secretários de saúde dizem que ‘todas as decisões
e recomendações do Conass e do Ministério da Saúde têm se baseado em evidências
científicas, na realidade nacional e internacional e buscado inspiração nas
melhores práticas e exemplos de condutas exitosas ao redor do mundo.”
Coronavírus: Veja dez vezes em que Bolsonaro minimizou a crise
Durante o pronunciamento, o presidente pediu a reabertura do comércio e das escolas e o fim do “confinamento em massa”. As medidas têm sido utilizadas no combate ao novo coronavírus, que já deixou 46 mortos no país. Bolsonaro também criticou a cobertura da imprensa sobre a crise. Segundo ele, veículos de comunicação espalharam “a sensação de pavor” e potencializaram um cenário de histeria.