O Partido dos Trabalhadores, maior sigla de centro-esquerda do país, chega às eleições 2020 sem governar nenhuma cidade entre as cem mais populosas, segundo levantamento feito pelo portal UOL.
Em 2016, a legenda enfrentava o recente impeachment da então presidente Dilma Rousseff e uma série de denúncias de corrupção, envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que culminou numa rejeição inédita nas urnas.
Ao todo, o PT elegeu 255 prefeitos, uma queda de 60% quando comparada a 2012, quando venceu 644 disputas. A única capital que conseguiu foi Rio Branco, com a reeleição de Marcus Alexandre. Mas ele renunciou em abril de 2018 para concorrer, sem sucesso, na disputa pelo governo do Acre —hoje a prefeita é Socorro Neri, filiada ao PSB.
“Realmente, 2016 foi um ano muito ruim para nós e tivemos um baixo número de candidaturas às prefeituras: foram 990 ao todo. Estávamos mais acuados, com dificuldade, em meio a uma ação muito forte de perseguição —e quando não tínhamos o mesmo espaço de defesa. As eleições retrataram esse momento”, afirmou ao UOL a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT.
Ainda de acordo com a reportagem do portal, o resultado ruim foi sentido em perdas marcantes nos dois principais redutos do partido. O PT foi derrotado em todas as cidades do ABC paulista pela primeira vez e não conseguiu eleger nenhum prefeito nas capitais e mesmo em grandes cidades do Nordeste.
Atualmente, aponta o levantamento do UOL, o PSDB é o partido que tem mais prefeituras entre as cem cidades mais populosas do país, com 28. O MDB vem em seguida, com 15. O PSB está em terceiro, com oito. Ao todo, 18 partidos possuem prefeitos no semestre do final de mandato. O prefeito de Maceió, Rui Palmeira, deixou o PSDB e está sem partido.