Os poetas analfabetos do sertão que foram parar sem querer no YouTube e viraram sucesso na internet

O mundo do agricultor Leonardo Bastião se resume ao sítio onde mora, na zona rural de Itapetim, no sertão do Pajeú pernambucano. De lá, ele quase nunca sai. E, desse universo, tira a inspiração para fazer poesia:

“A sombra que me acompanha/ Não é a que me socorre/ Se eu andar, ela anda/ Se eu correr, ela corre/ E é mais feliz do que eu/ Não adoece nem morre”

Só que Bastião, de 74 anos, não sabe ler nem escrever. Palavras, rimas e métricas brotam na cabeça, no improviso. Mas décadas de composição da poesia popular repentista – inspirada pela caatinga, pelos problemas de alcoolismo, pelo sexo, pelo solo castigado, pela seca, pelos bichos – nunca ganharam qualquer registro.

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Mercado cobre corpo de trabalhador que morreu durante serviço para continuar funcionando

Um representante de vendas morreu durante o trabalho em um supermercado da rede Carrefour no Recife e teve o corpo coberto com guarda-sóis e cercado por caixas de papelão, engradados de cerveja e tapumes improvisados entre as gôndolas pela loja. 

Funcionários e clientes que estavam no supermercado disseram ao G1 que o estabelecimento permaneceu funcionado normalmente, mesmo com o corpo estirado. 

Ele atuava como representante de vendas de uma empresa de alimentos fornecedora e não era funcionário do Carrefour, mas estava no local a trabalho. O Carrefour identificou o homem como Moisés Santos e disse, em nota, que a causa da morte foi infarto.

O caso ocorreu na sexta-feira (14), no bairro da Torre, na Zona Oeste da capital pernambucana, mas ganhou repercussão nesta terça-feira (18), após internautas reagirem com indignação nas redes sociais.

“O homem tinha 53 anos e trabalhava como representante de uma empresa de alimentos. Ele morreu, parece que de um mal súbito, e o corpo ficou lá das 7h30 até as 11h. Ficaram esperando a chegada do IML [Instituto de Medicina Legal] “, afirmou Renato Barbosa, que também é representante comercial, mas de outra empresa, e estava no local, em entrevista ao G1.

O supermercado estava cheio no momento em que o cadáver ficou coberto e isolado no corredor. “Dava para ver o corpo e as pessoas comentaram”, contou. A área onde ficou o corpo também foi isolada por uma fita amarela e preta.

Em resposta aos comentários feitos pela internet, o Carrefour se pronunciou em três notas nas redes sociais. Na primeira delas, a empresa lamentou o que aconteceu na loja.

A empresa também disse que segue “prestando toda assistência necessária para a família, neste momento tão difícil”.

Na segunda nota, a empresa afirmou que “os protocolos para que as lojas sejam fechadas quando fatalidades como essa aconteçam já foram alterados”.

O Carrefour disse, na terceira nota, que “o inesperado falecimento de Moisés Santos, vítima de um infarto, foi muito triste”.

Faxineira junta parcelas do auxílio emergencial e monta negócio próprio

Agora ex-faxineira Luana de Jesus, de 33 anos, foi uma das brasileiras beneficiadas pelo auxílio emergencial criado pelo governo federal para conter as consequências econômicas geradas pela pandemia da Covid-19. Inserida no grupo de mães chefe de família, Luana juntou os valores referentes aos dois primeiros meses, que somou R$ 2.400 e, ao invés de correr para pagar dívidas, investiu em um negócio próprio. 

Luana organizou um pequeno frigorífico de frangos, no interior de Sergipe, e já pensa em expandir o negócio, de acordo com o site UOL. 

À época, Luana pensou em desistir de realizar o grande de virar empreendedora, pois estava precisando de um sofá para a casa, além de quitar uma dívida da faculdade de administração para conseguir receber o diploma. 

A ideia de montar um negócio próprio é antiga, mas a de abrir um frigorífico surgiu em 2019, quando Luana começou a trabalhar cortando frangos em um estabelecimento na cidade onde mora, em Itabaianinha, a 120 quilômetros de Aracaju. 

“Sempre tive esse espírito de empreender: fazia unha, vendia produtos de catálogo, mas não sabia o que montar. Um dia fui chamada para trabalhar em um frigorífico no caixa. E, aos sábados, cortava frangos. E não é que levava jeito mesmo? Me identifiquei”, contou à reportagem. 

Até pouco tempo antes de montar o negócio, Luana se mantinha, junto com dois filhos, somando os R$ 100 que ganhava prestando serviço ao frigorífico, com R$214 que recebia do Bolsa família e faxinas que fazia como complemento ao valor de R4 30.

Luana foi dispensada do frigorífico onde trabalhava sem carteira assinada no mês de maio, em meio a pandemia, após partilhar com a dona do estabelecimento que também gostaria de vender frangos por conta própria.

Luana não tinha nada para montar o empreendimento. Com R$ 200, pagou a água e energia do local que alugou, próximo de casa. O restante foi usado para pagar o aluguel e comprar os apetrechos do novo negócio: balança de precisão, tábuas para cortar frangos, mesa de aço inox, toldos e placas. A despesa para abrir o empreendimento passou dos R$ 2.400. 

O caixa no vermelho a fez pedir um empréstimo enquanto esperava a terceira parcela do auxílio emergencial para quitar o débito. Como também faltou dinheiro para comprar os frangos, Luana fez parceria com outro frigorífico. Ela pega os produtos de um fornecedor, paga apenas pelo que vende e devolve o que não consegue comercializar. 

Sem dinheiro para investir em marketing, Luana criou uma conta do seu novo negócio nas redes sociais, e fez um acordo com um digital influencer da região. Ele marcaria o frigorífico nos storie e Luana pagaria o serviço com a única coisa disponível: Frango. 

O frigorífico ainda não completou um mês de atividade, mas o sucesso em Itabaianinha já faz Luana sonhar com a expansão. Ela quer montar um pequeno abatedouro na própria casa para atender a demanda, que só cresce. 

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