Em reunião realizada na
manhã desta terça-feira (10), a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) decidiu
sugerir à prefeitura de Feira de Santana o adiamento da micareta, que está
marcada para ocorrer entre os dias 23 e 26 de abril. O pedido, feito
inicialmente por um representante da Polícia
Militar, foi motivado pela preocupação com o coronavírus, que já tem
dois casos registrados no município (veja aqui e aqui).
As informações são do portal Acorda Cidade.
A FPI é uma iniciativa do Ministério Público da Bahia (MP-BA)
junto a outros órgãos e entidades, públicas e privadas, com a intenção de
discutir e analisar questões relativas à segurança pública, meio-ambiente e
demais temas de interesse comum.
Major Lúcio, representante da Polícia Militar na reunião, pediu
cautela e defendeu o adiamento, para repensar o planejamento da micareta, em
relação às chances de contágio por coronavírus. “No nosso entendimento,
deveríamos adiar, no sentido de ter mais tempo para fazer uma análise mais
criteriosa dos riscos que causaria o evento para nossa comunidade”, disse.
O promotor de justiça Audo Rodrigues também participou da
reunião e fez uma avaliação positiva, especialmente pela forma como a situação
foi abordada pela FPI, que reconheceu os riscos da festa. Nesta segunda (9),
Audo pediu à prefeitura e ao estado um parecer técnico acerca das chances de
proliferação do coronavírus na micareta (veja
aqui).
“Os próprios empresários que estavam presentes, que não fazem
parte da FPI, mas fazem parte da reunião, concordaram com a proposta que foi
levantada pela Polícia Militar, no sentido de já levar ao prefeito municipal
uma proposta de adiamento da festa. Isso já se resolveria imediatamente,
acalmaria os ânimos e no momento oportuno se pensaria na data provável para se
retomar os trabalhos da micareta, que é uma festa de anos, eu diria como
patrimônio cultural da cidade, mas que os riscos requerem cautela”, comentou o
promotor.
“Vamos aguardar os laudos para saber se pode ter ou não a
micareta. São situações sérias, que precisam ser analisadas com uma
coletividade na área de saúde. No momento, o Ministério Público não pode tomar
uma decisão de dizer até quando pode esperar para adiar ou não a festa, pois
ainda existem incertezas na proliferação da doença. Os cientistas ainda não
trouxeram muitos dados de como se transmite, o período assintomático e não se
tem ainda muita formalização de conteúdo científico no tocante ao público”, disse
Audo.
Segundo o secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer,
Edson Borges, a sugestão foi muito importante, pois representa uma vontade
colegiada, e os empresários de camarotes que participaram da reunião não
contestaram a proposta.
“O coronavírus é a polêmica da vez. Houve uma discussão muito
boa, pois aqui participou a presidente do comitê criado pelo governo para
monitorar o coronavírus no município, participou o promotor público Audo
Rodrigues, que está colhendo informações a respeito desse problema para ver as
providências que o Ministério Público vai tomar. Houve uma proposta do major
Lúcio, da Polícia Militar, no sentido de que se considerasse a possibilidade de
adiamento da festa. Essa proposta foi colocada em votação e a proposta será
levada ao prefeito Colbert Martins”, informou o secretário.