Eleições 2024: entenda diferença entre votos em branco e nulos

Você sabe a diferença entre voto em branco e voto nulo? A dúvida sempre surge a cada dois anos, perto da realização das eleições. Além disso, eleitoras e eleitores indecisos questionam também a possibilidade de cancelar o pleito se mais de 50% do eleitorado anular o voto. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) responde agora a todas as perguntas sobre o tema. Confira abaixo.

  • O que é voto em branco e voto nulo?

No Brasil, o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios a partir de 18 anos de idade e facultativos aos jovens de 16 e 17 anos, aos maiores de 70 anos e às pessoas analfabetas. Escolher os representantes que vão compor o Legislativo e o Executivo municipal, estadual e federal em nome do povo faz parte do exercício da cidadania de cada eleitora ou eleitor. Porém, quando o eleitor não encontra um candidato ou candidata que o represente, é possível votar em branco ou anular o voto.

A opção de voto em branco está disponível na urna eletrônica. A tecla “branco” é uma das alternativas do sistema eleitoral, afirmando a liberdade de voto de cidadãs e cidadãos. Já o voto nulo ocorre quando é digitada, na urna, uma sequência de números aleatórios que não correspondem ao número de nenhum candidato ou partido.

  • É possível anular uma eleição com votos em branco e nulos?

Não. É importante lembrar que tanto o voto em branco quanto o voto nulo são inválidos nas eleições brasileiras; ou seja, eles não têm nenhum efeito no pleito. A diferença é apenas como cada eleitor deseja invalidar o próprio voto.

Por isso, mesmo que mais da metade dos votos sejam nulos ou brancos, não é possível cancelar uma eleição, já que a Justiça Eleitoral não considera esses votos, mas somente os votos dados a candidatas e candidatos – os chamados votos válidos. O impacto, independentemente de ser o voto em branco ou nulo, é a diminuição da quantidade de votos válidos que um candidato precisa para ser eleito.

  • Votos em branco ou nulos vão para algum partido?

Não. Votos em branco e votos nulos não são contabilizados e não interferem no resultado das eleições.

Antes, o voto em branco indicava que o eleitor estava satisfeito com qualquer candidato de determinado partido ou coligação que vencesse a disputa eleitoral. Já o voto nulo era considerado como um protesto contra as opções de candidatas e candidatos no pleito. A regra mudou em 1997.

Atualmente, votos em branco e nulos servem apenas como registro da insatisfação do eleitorado com os candidatos na disputa

  • O que é voto de legenda?

Quando o eleitor digita na urna eletrônica apenas os dois números que identificam um partido político de sua escolha, ele dá um voto de legenda. Nesse caso, não há manifestação por um candidato específico. A ideia é escolher qualquer candidata ou candidato de determinada legenda.

Esse voto é possível nas eleições proporcionais: para vereador e deputado federal, estadual ou distrital (no caso do Distrito Federal). Assim, o eleitor pode ajudar o partido de sua preferência a conquistar mais vagas no Legislativo, independentemente da candidata ou do candidato daquela legenda que venha a ocupá-las.

Fonte: TSE

Moraes diz que redes sociais são instrumentalizadas para atacar democracia

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse nesta nesta sexta-feira (30) em São Paulo que existe uma instrumentalização das redes sociais para atacar a democracia. 

Ele afirmou que se está em um momento importantíssimo no mundo todo, citando o Brasil e a França, neste caso, o Telegram, que as instituições e leis pelo mundo estão aprendendo a lidar com uma nova realidade.

“As instituições, as legislações estão aprendendo como tratar com uma nova realidade. Como tratar com uma instrumentalização por parte de alguns. Uma instrumentalização ilícita, irregular, de um instrumento muito bom. O instrumento é bom, as redes sociais, mas vem sendo instrumentalizados para atacar a democracia, para atacar o estado direito.”

A fala ocorre em meio a escalada do embate jurídico com o X (antigo Twitter), do empresário Elon Musk.

Em ordem nesta semana, Moraes mandou o X indicar um representante legal no Brasil em 24 horas sob pena de bloqueio da plataforma no país. O prazo terminou às 20h07 desta quinta (29), e a empresa disse que não cumprirá ordens do magistrado —que poderá decidir pela suspensão da rede, conforme havia afirmado na intimação. 

O magistrado participa de palestra no encerramento da Semana Jurídica do Mackenzie, com o tema ” O direito eleitoral e o novo populismo digital extremista – liberdade de escolha do eleitor e a promoção da democracia”. 

Segundo o ministro, há duas questões que se colocam, uma seria por que houve uma instrumentalização das redes para atacar a democracia, afirmando que no Brasil houve um planejamento político extremista, e por qual motivo não há uma regulamentação das redes sociais.

Moraes criticou aqueles que dizem que a regulamentação das redes sociais seria censura e afirmou que uma mentira repetida milhares de vezes, vira verdade, adicionando que isso se aplicaria neste caso.

Record compra direitos do Brasileirão e transmitirá a competição a partir de 2025

Após 19 anos, a Record volta a transmitir o Campeonato Brasileiro. Na noite da última terça-feira (27), a emissora anunciou a inclusão da competição em sua programação a partir de 2025. A Record acertou com a Liga Forte União para exibir 38 jogos exclusivos do Brasileirão.

Segundo a Folha de S. Paulo, a LiveMode foi a responsável por intermediar a venda dos direitos de transmissão. A mesma empresa é responsável pelos acordos de transmissão da CazéTV, que exibiu os Jogos Olímpicos de Paris 2024 e a Eurocopa recentemente.

A Record pagou um pouco mais de R$ 210 milhões por temporada para garantir os direitos de transmissão. A emissora venceu a concorrência da SBT, mas o anúncio oficial ainda não foi feito, pois o contrato está em fase de finalização. Detalhes como horários dos jogos e outros pagamentos ainda estão sendo definidos.

É importante ressaltar que Record e Globo já foram parceiras nas transmissões dos jogos em 2006, mas não há indicativos de que uma nova parceria esteja sendo negociada.

A Globo, por sua vez, renovou seu contrato com a Libra no início do ano e continuará exibindo os jogos do Brasileirão em todas as suas plataformas: TV aberta, fechada e streaming.

Propaganda eleitoral começa oficialmente sexta-feira, 16 de agosto

A partir da próxima sexta-feira (16) estão liberadas as propagandas para as eleições municipais de outubro, no que deve ser o primeiro pleito no Brasil diretamente impactado por novas tecnologias de inteligência artificial (IA), aquelas capazes de produzir imagens e sons sintéticos muito próximos do real. As propagandas vão até o dia 30 de setembro.

Diante da ausência de leis sobre IA no país, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu se adiantar e aprovar regras para regular a utilização desse tipo de tecnologia nas propagandas eleitorais. Pelas regras aprovadas, o uso de “conteúdo sintético multimídia” gerado por IA deve sempre vir acompanhado de um alerta sobre sua utilização, seja em qualquer modalidade de propaganda eleitoral.

Nas peças no rádio, por exemplo, se houver sons criados por IA deve ser alertado ao ouvinte antes da propaganda ir ao ar. Imagens estáticas exigem uma marca d’água, enquanto material audiovisual deve fazer o alerta prévio e estampar a marca d’água. Em material impresso, o aviso deve constar em cada página que contenha imagens geradas por meio de IA.

Em caso de descumprimento, qualquer propaganda pode ser tirada de circulação, seja por ordem judicial ou mesmo por iniciativa dos próprios provedores de serviços de comunicação, prevê a resolução eleitoral que trata do tema.

Não bastasse a vedação à desinformação em geral, um dos artigos da resolução traz a vedação explícita ao deep fake, proibindo “o uso, para prejudicar ou para favorecer candidatura, de conteúdo sintético em formato de áudio, vídeo ou combinação de ambos, que tenha sido gerado ou manipulado digitalmente, ainda que mediante autorização, para criar, substituir ou alterar imagem ou voz de pessoa viva, falecida ou fictícia”.

Nesse caso, as consequências em caso de descumprimento são mais graves, podendo acarretar a cassação do registro de candidatura ou mesmo eventual mandato. Há ainda a abertura de investigação por crime eleitoral. Quem divulgar fatos que saiba serem inverídicos sobre partidos ou candidatos, e que sejam capazes de exercer influência perante o eleitorado, por exemplo, pode estar sujeito a pena de 2 meses a 1 ano de detenção.

Em se tratando de desinformação, a Justiça Eleitoral tem poder de polícia, isto é, pode determinar de ofício, sem ser provocada, a remoção do material em questão. A ordem de remoção pode ter prazo inferior a 24 horas, se o caso for grave.

As ordens podem ser direcionadas a plataformas de redes sociais, por exemplo, que são obrigadas a cumpri-las por meio de acesso identificado aos sistemas, que deve ser comunicado à Justiça Eleitoral. Todos os detalhes do regramento sobre a propaganda eleitoral podem ser encontrados na resolução publicada no portal do TSE.

Regras gerais – De resto, aplicam-se às propagandas feitas com IA as mesmas regras que valem para os demais tipos de material – tudo deve sempre vir acompanhado da legenda partidária e ser produzido em português.

Uma regra já antiga é que nenhuma propaganda eleitoral pode “empregar meios publicitários destinados a criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais”. É vedado ainda o anonimato.

Além de divulgar desinformação, também é proibido veicular preconceitos de origem, etnia, raça, sexo, cor, idade, religiosidade, orientação sexual e identidade de gênero, bem como qualquer forma de discriminação; depreciar a condição de mulher ou estimular sua discriminação; veicular conteúdo ofensivo que constitua calúnia, difamação ou injúria; entre outras.

No caso da campanha na rua, é vedado “perturbar o sossego público”, seja com “com algazarra ou abuso de instrumentos sonoros ou sinais acústicos, inclusive aqueles provocados por fogos de artifício”.

Assim como em pleitos anteriores, continuam proibidos os outdoors, o telemarketing e os showmícios, bem como a utilização de artefato que se assemelhe à urna eletrônica como veículo de propaganda eleitoral.

As caminhadas, passeatas e carreatas estão liberadas, desde que ocorram entre as 8h e as 22h e até a véspera da eleição. Tais eventos podem utilizar carro de som ou minitrio elétrico, assim como em reuniões e comícios. Não há necessidade de autorização pela polícia, mas as autoridades de segurança precisam ser avisadas com no mínimo 24 horas de antecedência ao ato de campanha.

As normas eleitorais detalham ainda a potência máxima que deve ter cada um desses equipamentos sonoros – 10.000W para carros de som, 20.000W para minitrios e acima disso para trios elétricos, permitidos somente em comícios. Ainda assim, tais ferramentas só podem ser utilizadas no contexto de algum evento eleitoral, nunca de forma isolada.

Outra proibição antiga é a confecção ou distribuição diretamente ao eleitor de brindes com propaganda de candidatos, tais como chaveiros, bonés, canetas ou camisetas. Essas e outras autorizações e proibições sobre propaganda eleitoral podem ser encontradas numa cartilha produzida pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE).

Denúncias – Qualquer pessoa que flagrar alguma irregularidade pode denunciá-la à Justiça Eleitoral por meio do aplicativo Pardal, disponível para celulares com sistema operacional Android ou iOS.

O TSE disponibiliza também o Sistema de Alertas de Desinformação Eleitoral (Siade), que pode ser acionado em casos de desinformação, ameaças e incitação à violência, perturbação ou ameaça ao Estado Democrático de Direito, irregularidades no uso de IA, comportamentos ou discursos de ódio e recebimento de mensagens irregulares.

Preços da alimentação têm queda de 1% em julho, maior baixa desde 2017

Depois de nove meses consecutivos em alta, os preços do grupo alimentação e bebidas registraram queda (deflação) de 1% em julho no Brasil, apontou nesta sexta-feira (9) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

A redução é a mais intensa em quase sete anos, desde agosto de 2017. À época, a baixa havia sido de 1,07%. Os dados integram o índice oficial de inflação do país, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

O comportamento da alimentação contrasta com o IPCA em termos gerais, que acelerou o ritmo de alta para 0,38% em julho, mostrando piora na sua composição, conforme analistas. 

No caso dos alimentos, a maior oferta de produtos no mercado ajudou a reduzir os preços no mês passado, disse André Almeida, gerente da pesquisa do IPCA.

O IBGE ressaltou as baixas do tomate (-31,24%), da cenoura (-27,43%), da cebola (-8,97%), da batata inglesa (-7,48%) e das frutas (-2,84%). Do lado das altas, destacam-se o café moído (3,27%), o alho (2,97%) e o pão francês (0,67%). 

“O início do ano possui uma alta incidência de chuvas, temperaturas mais altas, o que acaba prejudicando a produção dos alimentos de maneira geral. Quando a gente vai chegando ao meio do ano, as temperaturas são mais amenas, o índice de chuvas diminui”, afirmou Almeida.

“Isso acaba contribuindo para a produção de alimentos, principalmente de alimentos de hortifrúti. De maneira geral, a maior oferta contribuiu para a queda no mês de julho”, acrescentou.

De outubro de 2023 a junho de 2024, o grupo alimentação e bebidas acumulou inflação de 6,87% no país, segundo o IBGE. Em meio a esse período, o Rio Grande do Sul amargou enchentes de proporções históricas. As enxurradas devastaram propriedades rurais na virada de abril para maio, com reflexos na inflação de alimentos.

No IPCA de julho, porém, não houve um “efeito predominante” da calamidade vivida pelo estado, disse Almeida.

Conforme o pesquisador do IBGE, é preciso aguardar para analisar eventuais impactos de quebras de safra e perdas de qualidade do solo no médio e longo prazos.

Foto: Deísa Garcêz

Olimpíada: Brasil atropela campeã mundial Espanha e vai à final do futebol feminino

O Brasil voltou a brilhar e surpreender no futebol feminino da Olimpíada de Paris ao vencer a Espanha por 4 a 2, nesta terça-feira (6), em Marselha, e avançar à final para enfrentar os Estados Unidos. Com isso, a prata já está garantida.

As espanholas tinham todo o favoritismo. Afinal, a Espanha foi campeã do mundo em 2023 e a base da equipe é formada pelo Barcelona, atual bicampeão da Champions League Feminina, com a melhor do mundo Aitana Bonmatí.

A Seleção Brasileira, porém, foi valente e eficiente — assim como tinha sido nas quartas de final contra a anfitriã França, também favorita — e venceu com gols de Paredes (contra), Gabi Portilho, Adriana e Kerolin, já nos acréscimos. Paralluelo fez os gols espanhóis.

Sem Marta, Gabi Portilho assume protagonismo

Jogadora do Corinthians, Portilho assumiu a responsabilidade de conduzir o Brasil nos jogos sem a craque Marta — suspensa por duas partidas após ser expulsa contra a própria Espanha, na derrota na fase de grupos.

Gabi Portilho já havia feito o gol da vitória contra a França e, contra a Espanha, marcou o segundo do Brasil, no fim do primeiro tempo, e deu assistência perfeita para Adriana ampliar, na etapa final.

Goleira Lorena brilha, enquanto espanhola falha

A vitória teve como ponto de partida um gol contra bizarro da Espanha logo aos seis minutos de jogo, quando a goleira Cata Coll deu um chutão que acertou Ivana Paredes e entrou.

Coll voltaria a falhar no quarto gol brasileiro, entregando a bola nos pés de Kerolin, que finalizou por baixo das pernas da goleira e transformou o placar em 4 a 1, matando a semifinal.

Do nosso lado, a goleira da Seleção, Lorena, do Grêmio, foi outra protagonista, fazendo grandes defesas, incluindo uma fundamental em chute de fora da área de Alexia Putellas, ex-melhor do mundo, pouco depois de a Espanha descontar para um preocupante 3 a 1.

Agora, o Brasil enfrenta a seleção dos Estados Unidos, eterna pedra no sapato das brasileiras, na grande final. A decisão será no próximo sábado (10), às 12h (de Brasília).

Foto: Phil Walter/Getty Images

Apreensões de cigarros eletrônicos avançam no Brasil e já superam 2023 inteiro

As apreensões de cigarros eletrônicos feitas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) no país em pouco menos de sete meses neste ano já ultrapassam o total apreendido em todo o ano passado, o que preocupa órgãos policiais e de combate ao mercado ilegal. 

A soma de unidades apreendidas até esta quarta-feira (24) no país é de 493,2 mil, das quais 417,7 mil somente no Paraná, o que representa 84,7% do total. Em todo o ano passado, foram 230,1 mil unidades apreendidas no país, contra 51,2 mil no ano anterior.

O ritmo de crescimento é o que mais preocupa a repressão. Proibidos de serem comercializados no país por decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os cigarros eletrônicos estão cada vez mais presentes nas apreensões principalmente dos órgãos que atuam na fronteira paranaense do Brasil com o Paraguai. 

Na noite de terça-feira (23) ocorreu a maior apreensão já feita pela PRF, segundo a corporação, numa operação também no Paraná.

Um motorista de 30 anos transportava a carga num caminhão que foi parado em Vitorino (a 450 km de Curitiba). Ele inicialmente afirmou que não havia carga, mas uma vistoria feita pelos policiais encontrou 129 mil unidades de cigarros eletrônicos. 

O caminhoneiro foi preso em flagrante por contrabando e levado à unidade da PF (Polícia Federal) em Guarapuava. Ele disse, conforme a polícia, que pegou a carga em Céu Azul, próximo à região da fronteira, e que a levaria até Pato Branco, numa viagem de 246 km. Foi detido quando faltavam cerca de 20 km para chegar ao destino. 

O Paraná responde pela maior parte das apreensões de cigarros eletrônicos no país justamente por sua posição geográfica, e acordo com Fernando César Oliveira, superintendente da PRF no Paraná.

Ele afirma que o crescimento das apreensões se deve à alta rentabilidade proporcionada por esse tipo de crime, combinada com a relativa facilidade para comprar os itens no Paraguai e os revender no Brasil.

“Há grupos criminosos muito bem organizados atuando nesse tipo de contrabando, que por vezes usam rotas alternativas para tentar fugir da fiscalização, além de monitorar a atuação dos órgãos policiais”, disse.

Embora o cigarro eletrônico seja proibido pela Anvisa, a facilidade de oferta é evidente no país, na avaliação de Edson Vismona, presidente do FNCP (Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade). 

“Essa é a realidade, o Fórum vem acompanhando o mercado ilegal de todos os produtos há quase 20 anos, e agora temos essa questão que se coloca, a comercialização também do cigarro eletrônico. O crime organizado não obedece a leis e regulamentos. Milícias e organizações criminosas operam livremente nesse comércio ilegal e encontram também no cigarro eletrônico um meio fácil de obter recursos, lucro. É o monopólio do crime que se posiciona no mercado brasileiro”, afirmou. 

FACILIDADES 

Mesmo para o pequeno contrabandista ou usuário é fácil encontrar e comprar cigarros eletrônicos em Ciudad del Este, primeiro município paraguaio após a ponte da Amizade, que a separa de Foz do Iguaçu (PR). 

A Folha encontrou cigarros do tipo expostos nas vitrines de grandes lojas instaladas em shoppings da cidade, ao preço inicial de US$ 5 (R$ 28), valor que cai conforme a quantidade desejada pelo cliente. No Brasil, o custo unitário no mercado clandestino fica entre R$ 100 e R$ 150, avaliam agentes da Receita Federal. 

A pena prevista para o crime de contrabando é de dois a cinco anos. Quem revende ou mantém em depósito esse tipo de produto também está sujeito às mesmas penas, segundo a PRF.

O superintendente da polícia afirmou que o trabalho de combate ao contrabando e outros crimes transfronteiriços vem sendo aperfeiçoado nas últimas décadas por meio de investimentos crescentes em inteligência e tecnologia. “Nossas equipes também estão atuando de forma cada vez mais integrada com outros órgãos de fiscalização e de segurança pública”, afirmou.

Foto: Amani A/Shutterstock


 

Avaliação positiva do governo Lula cresce de 33% para 36%, segundo Genial/Quaest

A avaliação positiva do governo Lula cresceu e chegou a 36% em junho, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (10/7). O índice de pessoas que consideram a gestão ótima ou boa subiu três pontos percentuais em comparação com o levantamento de maio, uma alta fora da margem de erro do levantamento, de dois pontos percentuais.

Já a avaliação negativa do governo Lula caiu de 33% para 30%, enquanto a regular se manteve estável, oscilando de 31% para 30%. Aqueles que não souberam ou não responderam somaram 4%. A aprovação do jeito de governar do petista subiu de 50% para 54%, enquanto a reprovação ao trabalho do presidente desceu de 47% para 43%. Aqueles que não souberam ou não responderam também foram 4%. A pesquisa ouviu 2 mil eleitores com 16 anos ou mais em 120 municípios, entre os dias 5 e 8 de julho, e tem um índice de confiança de 95%.

Avaliação regional – No recorte regional, o governo Lula registrou aumento na avaliação positiva no Sudeste, passando de 26% para 31%. Esta foi a única região onde o petista teve um aumento de popularidade acima da margem de erro. No Sudeste, a margem de erro é de três pontos percentuais. A avaliação negativa caiu de 39% para 34%, enquanto a regular ficou estável, oscilando de 32% para 30%.

No Sul, a avaliação positiva do governo ficou estável dentro da margem de erro, que é de seis pontos percentuais. O índice de ótimo/bom caiu de 34% para 29%, revertendo a tendência observada em maio, quando Lula teve um aumento de nove pontos percentuais, de 25% para 34% de ótimo/bom. Essa alta coincidiu com as chuvas no Rio Grande do Sul, quando o governo federal colaborou com a gestão estadual para minimizar os efeitos da tragédia.

A avaliação negativa no Sul oscilou para baixo, de 41% para 37%, enquanto a regular subiu de 25% para 32%. Aqueles que não souberam ou não responderam somaram 3%. As avaliações positivas e negativas do governo Lula nas outras regiões se mantiveram estáveis, com margens de erro de 4 pontos percentuais no Nordeste e 5 pontos percentuais no Centro-Oeste/Norte.

Avaliação por gênero – Entre os homens, a avaliação positiva do governo ficou estável, subindo de 32% para 34%. Entre as mulheres, a avaliação positiva oscilou de 35% para 37%. O índice de ruim/péssimo entre as mulheres desceu de 30% para 25%, enquanto entre os homens ficou estável, de 37% para 36%.

Economia – A pesquisa também perguntou sobre a percepção da economia brasileira nos últimos 12 meses. As respostas se mantiveram estáveis: 36% disseram que piorou (uma queda de 2 pontos percentuais), 32% afirmaram que ficou do mesmo jeito, e 28% disseram que melhorou (um aumento de 1 ponto percentual). Aqueles que não souberam ou não responderam somaram 4%.

A expectativa para os próximos 12 meses melhorou em relação a maio. O índice de quem acredita que a economia vai melhorar subiu de 48% para 52%; os que acham que vai piorar caiu de 30% para 27%; e aqueles que acham que ficará do mesmo jeito oscilaram de 19% para 18%. Aqueles que não souberam ou não responderam somaram 4%.

A percepção sobre o poder de compra também melhorou levemente. A parcela que acredita que as condições aquisitivas pioraram em comparação com um ano atrás caiu de 67% para 63%, embora ainda seja majoritária. Quem acredita que o poder de compra é maior subiu de 19% para 21%, e aqueles que acham que as condições são as mesmas aumentaram de 12% para 14%.

Após golpes na Bahia, falso padre é preso no Rio Grande do Sul

Um homem acusado de se passar por um diácono foi preso, nesta sexta-feira (05), no Rio Grande do Sul. Identificado como Marcos Antonio Oliveira, o suspeito se passava por religioso e apresentava uma ata de ordenação diaconal falsificada, que contava com a assinatura do arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Sérgio da Rocha. 

Segundo informações da TV Bahia, após ser denunciado pela arquidiocese pelos golpes aplicados na capital baiana, o suspeito também foi denunciado pela Igreja Católica em Brasília. Informações apontam que Marcos tentava obter vantagens se passando por diácono, além de aplicar golpes com Pix. 

Em Cruzeiro do Sul, no Rio Grande do Sul, o suspeito foi preso após realizar cerca de três pagamentos com Pix falsificados, incluindo uma compra de cerveja. 

População LGBTQIA+ atinge recorde no número de casamentos e mudanças de nome e gênero em Cartórios do Brasil

Se há um lugar onde a população homoafetiva e transexual brasileira pode comemorar a conquista de direitos neste 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, é no Cartório de Registro Civil. Os mais de 13 mil casamentos entre pessoas do mesmo sexo e outras 4 mil alterações de gênero registradas, em 2023 marcou o recorde de atos praticados por esta população em Cartórios do Brasil. 

Dados consolidados pelo Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados nacional administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), entidade que reúne os 7.488 Cartórios que realizam os atos de nascimento, casamento e óbito no país, mostram um total de 13.613 matrimônios entre pessoas do mesmo sexo e outras 4.156 alterações de gênero nos Cartórios do Brasil em 2023.

O número de casamentos homoafetivos consolidado no último ano é 23,5% maior que os 11.022 registrados em 2022 e 267,9% maior que os 3.700 realizados em 2013, primeiro ano da norma nacional editada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – Resolução 175/2013 – que regulamentou a prática do ato em Cartórios de todo o Brasil, tendo como base a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Nos cinco primeiros meses de 2024 já foram realizados quase 5 mil casamentos, um novo recorde em comparação com o mesmo período dos anos anteriores.

Regulamentada em Cartório de todo o país desde 2018, as 4.156 mudanças de nome e sexo de pessoa transgênero registraram aumento de 31,3% em 2023 em relação aos 3.165 atos de 2022 e crescimento de 124,9% em comparação com as 1.848 mudanças ocorridas em 2019, primeiro ano completo da norma nacional editada pela Conselho Nacional de Justiça – Provimento nº 73 – que regulamentou a prática do ato em Cartórios de todo o Brasil, tendo como base uma decisão do STF sobre o tema em 2018. Nos cinco primeiros meses de 2024, já foram realizadas 1.930 mudanças de gênero em cartórios, outro novo recorde em comparação com o mesmo período dos anos anteriores.

“O Cartório de Registro Civil é um serviço inclusivo por natureza. Ele atende todo o universo da população brasileira, do rico ao pobre, do homem à mulher e não poderia ser diferente com relação a esta parcela importante da população, que tem seus direitos pessoais e de família consolidados nos Cartórios de nosso país”, destaca o presidente da Arpen-Brasil, Gustavo Renato Fiscarelli.

DIVISÃO POR GÊNERO 

Com relação aos matrimônios homoafetivos, aqueles entre casais femininos representam 56,8% do total de casamentos homoafetivos no Brasil, tendo sido realizadas 50.707 celebrações deste tipo em cartório até maio deste ano. Em 2023 foram realizados 7.254 matrimônios entre casais do sexo feminino, número 9,4% maior que os 6.632 realizados em 2022. 

Já os matrimônios entre casais masculinos representam 43,2% do total de casamentos homoafetivos no Brasil, tendo sido realizadas 38.542 celebrações deste tipo em cartório até maio deste ano. No ano passado foram 6.358 cerimônias entre casais do sexo masculino, número 44,8% maior que os 4.390 realizados em 2022.

Com 15.374 mudanças de gênero realizadas desde a regulamentação do ato em 2018, foram registradas 8.225 alterações do sexo masculino para o feminino, o que equivale a 53,5% do total de atos. Já as mudanças do sexo feminino para o masculino totalizaram 6.442 registros, o equivalente a 41,9% dos atos em cartório. Em 707 ocasiões, correspondente a 4,6% dos casos, houve mudança apenas de nome e não de gênero.

COMO FAZER 

Para realizar o casamento civil é necessário que os noivos, acompanhados de duas testemunhas (maiores de 18 anos e com seus documentos de identificação), compareçam ao Cartório de Registro Civil da região de residências de um dos nubentes para dar entrada na habilitação do casamento. Devem estar de posse da certidão de nascimento (se solteiros), de casamento com averbação do divórcio (para os divorciados), de casamento averbada ou de óbito cônjuge (para os viúvos), além de documento de identidade e comprovante de residência. O valor do casamento é tabelado em cada Estado da Federação, podendo variar de acordo com a escolha do local de celebração pelos noivos – em diligência ou na sede do cartório.

Já para realizar o procedimento de alteração de gênero e nome em Cartório é necessário a apresentação de todos os documentos pessoais, comprovante de endereço e as certidões dos distribuidores cíveis, criminais estaduais e federais do local de residência dos últimos cinco anos, bem como das certidões de execução criminal estadual e federal, dos Tabelionatos de Protesto e da Justiça do Trabalho. Na sequência, o oficial de registro deve realizar uma entrevista com o (a) interessado. A Arpen-Brasil editou uma Cartilha completa de orientação aos interessados. Clique aqui e acesse.

Eventuais apontamentos nas certidões não impedem a realização do ato, cabendo ao Cartório de Registro Civil comunicar o órgão competente sobre a mudança de nome e sexo, assim como aos demais órgãos de identificação sobre a alteração realizada no registro de nascimento. A emissão dos demais documentos devem ser solicitadas pelo (a) interessado (a) diretamente ao órgão competente por sua emissão. Não há necessidade de apresentação de laudos médicos e nem é preciso passar por avaliação de médico ou psicólogo.

ARPEN-BRASIL 

Fundada em setembro de 1993, a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) representa a classe dos Oficiais de Registro Civil de todo o País, que atendem a população em todos os estados brasileiros, realizando os principais atos da vida civil de uma pessoa: o registro de nascimento, o casamento e o óbito.

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