Operação mira grupo que fez esquema bilionário para adulterar combustíveis

A Polícia Civil da Bahia deflagrou, na manhã desta quinta-feira,16, a Operação Primus, que investiga um empresário apontado como líder de um grupo criminoso envolvido na adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro.A ação acontece na Bahia, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

De acordo com a PC, durante as investigações foram identificados 200 postos de combustíveis vinculados ao grupo investigado, responsável por estruturar e expandir uma complexa rede empresarial destinada à adulteração e comercialização irregular de combustíveis em território baiano.

Segundo a polícia, elementos colhidos ao longo das apurações indicam fortes indícios de que o grupo utilizava o setor de combustíveis como instrumento para ocultação patrimonial e mantendo conexões com uma organização criminosa originária de São Paulo.

Diante das evidências, o Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), solicitou ao Poder Judiciário o bloqueio de bens móveis e imóveis, além de valores dos investigados, totalizando R$ 6,5 bilhões, o que evidencia a expressiva dimensão financeira das atividades ilícitas atribuídas à organização.

Sete pessoas foram presas durante a operação. Um dos presos na operação é Jailson Couto Ribeiro, que também foi alvo de megaoperação da Polícia Federal contra o PCC em agosto. Dono de postos, ele é suspeito de lavar dinheiro por meio de uma parceria com as principais empresas cooptadas pelo PCC no esquema de adulteração descoberto na megaoperação.

Além disso, armas, veículos de luxo e equipamentos utilizados para adulterar combustíveis foram apreendidos. O principal alvo, responsável pelo esquema, foi preso em um hotel no município de Lençóis. Outros três também tiveram mandados de prisão cumpridos em Conceição de Feira e Feira de Santana, além dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Nas ações também foram apreendidas três pistolas, uma submetralhadora, carregadores, munições e cerca de 10 veículos de alto padrão. Também são investigados 200 postos de gasolina suspeitos, e R$ 6,5 bilhões tiveram o bloqueio solicitado à Justiça. Na Bahia, a Polícia Civil realiza as ações nos municípios de Feira de Santana, Conceição do Jacuípe, Alagoinhas, Morro do Chapéu, Itaberaba e Iaçu.

Ex-vereador acusado de matar jovem grávida vai a júri popular na Bahia; corpo da vítima nunca foi encontrado

O ex-vereador de Barra da Estiva, na Chapada Diamantina, Valdnei da Silva Caires, vai a júri popular nesta quinta-feira (16). O julgamento ocorre em Brumado, no Sertão Produtivo, Sudoeste baiano, e está previsto para começar às 8h30, informou a TV Sudoeste.

Bô, como o réu é conhecido, foi acusado pelo desaparecimento e morte de Beatriz Pires da Silva, de 25 anos. Desde janeiro de 2023, quando ficou desaparecida, o corpo dela, que estava grávida de seis meses, nunca foi encontrado.

Beatriz era mãe de uma criança de dois anos, que também seria do relacionamento com Valdinei. A jovem foi vista pela última vez no dia 11 de janeiro de 2023, entrando em um carro do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, veículo que era frequentemente utilizado por Valdnei.

Pouco antes do sumiço, Beatriz contou à mãe que viajaria com o pai do filho dela, mas não revelou a identidade dele. Durante as apurações, a polícia confirmou que Beatriz e o então vereador mantinham um relacionamento. Em junho de 2023, Valdnei foi preso preventivamente, acusado de homicídio qualificado. Um mês depois, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou o ex-vereador por feminicídio.

Segundo a acusação, o crime teria sido motivado pela tentativa de impedir que Beatriz revelasse a paternidade da gestação, já que o político era uma figura influente na cidade.

Durante as investigações, Valdnei renunciou à presidência da Câmara Municipal após pressão dos colegas, dez vereadores chegaram a protocolar um pedido formal de renúncia. Mesmo assim, ele permaneceu no cargo de vereador até ser preso. O mandato dele foi cassado em sessão extraordinária, por decisão unânime. 

Prefeita de Araci é condenada por abuso de poder político durante eleições de 2024

A prefeita de Araci, na região sisaleira, Maria Betivania Lima da Silva, conhecida como Keinha (PDT), foi condenada pela Justiça Eleitoral por abuso de poder político nas eleições do ano passado. A gestora também foi multada em R$ 150 mil.

A ação foi movida pela coligação “Pra Cuidar da Nossa Gente”, que acusou Keinha de assédio eleitoral, exonerações e ameaças a servidores públicos por motivações políticas.

De acordo com a denúncia, a prefeita teria usado o cargo e a condição de candidata à reeleição para intimidar servidores comissionados e contratados que não estivessem apoiando sua candidatura. Em um discurso durante a inauguração de um comitê eleitoral, Keinha teria ameaçado exonerar funcionários ligados a adversários políticos.

Na ocasião, ela afirmou que havia “gente com cargo de confiança e contratado caminhando com vereador da oposição”, e completou:

“Não aceito. Estou vendo aqui uns quatro. Vou chamar de porta em porta e pedir para escolher a família 12 ou pega os panos e vaza”.

O número 12 era o utilizado pelo PDT, partido da prefeita.

A Justiça lembrou que, durante o período eleitoral e até a posse de um eventual novo mandato, gestores públicos são proibidos de nomear, contratar, demitir sem justa causa, transferir ou exonerar servidores, exceto os ocupantes de cargos comissionados. Ainda que a exoneração desses cargos seja legalmente permitida, o uso dessa prerrogativa como instrumento de intimidação política configura abuso de poder.

A sentença também determinou que, nos próximos anos, fique proibida a exigência do título de eleitor como critério de inscrição na Copa Rural de Araci, sob pena de multa.

A decisão cabe recurso.

Condenado a mais de 7 anos por roubo armado é preso em Serrinha

Um homem de 27 anos, condenado definitivamente a sete anos e seis meses de prisão por roubo qualificado com uso de arma de fogo, foi preso nesta segunda-feira (13) por policiais civis em Serrinha, região sisaleira da Bahia.

De acordo com a Polícia Civil, o homem foi identificado por meio de câmeras de segurança. Após o reconhecimento, equipes da Delegacia Territorial (DT) de Serrinha localizaram o condenado em via pública e cumpriram o mandado de prisão, expedido pelo Poder Judiciário após a sentença definitiva.

O suspeito foi submetido a exame de corpo de delito e permanece à disposição da Justiça para o início do cumprimento da pena. A ação contou com o apoio do Grupo de Apoio Tático e Técnico à Investigação (GATTI).

PM e namorada são condenados por assassinato de motorista em Santaluz

O policial militar Jeferson Cedraz e a namorada dele, Sara Carneiro Santos Silva, foram condenados pelo assassinato do motorista de transporte alternativo Cléber Machado Souza, conhecido como Clebinho. O crime ocorreu em novembro de 2022, na cidade de Santaluz, região sisaleira da Bahia.

O julgamento, realizado no Fórum de Santaluz, terminou na madrugada de sábado (11). O júri popular condenou Jeferson a 28 anos de prisão, enquanto Sara recebeu uma pena de 31 anos e seis meses.

De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), o casal agiu em conjunto para matar Clebinho, que era marido de Sara na época do crime. A vítima foi morta a tiros, conforme detalha a denúncia apresentada à Justiça.

O julgamento chegou a ser iniciado em setembro, mas foi adiado após as defesas solicitarem o cancelamento, alegando que não tiveram acesso a uma peça processual apresentada pelo MP.

Com a sentença, Jeferson e Sara deverão cumprir pena em regime inicialmente fechado. A defesa dos condenados ainda pode recorrer da decisão.

Homem morre após ser agredido com pauladas durante discussão em Euclides da Cunha

Um homem identificado como Jorge Oliveira Santos, de 54 anos, morreu após ser agredido com pauladas durante uma discussão, no município de Euclides da Cunha, a 143 km de Serrinha. O caso aconteceu na noite de sábado (11), na Rua L, no bairro Bela Vista.

De acordo com informações da Polícia Civil, ele foi encontrado ferido e caído no chão. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada e levou o homem a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas ele não resistiu aos ferimentos.

Após buscas, os policiais localizaram o suspeito — um homem de 33 anos — nas proximidades do posto de saúde do bairro. Ele foi preso em flagrante por homicídio. A motivação da briga é investigada.

O suspeito foi submetido aos exames legais e segue à disposição da Justiça, aguardando audiência de custódia. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) foi acionado para realizar perícia no local e encaminhar o corpo para necropsia.

O caso é investigado pela Delegacia Territorial de Euclides da Cunha.

Teofilândia celebra o Dia das Crianças com a 5ª edição do “Infância em Festa”

O último domingo (12) foi de muita alegria e diversão em Teofilândia. A Prefeitura realizou a 5ª edição do “Infância em Festa”, um evento totalmente dedicado às crianças do município, que transformou a praça em um verdadeiro espaço de encantamento.

Durante toda a tarde, os pequenos puderam aproveitar parquinho, trenzinho encantado, banho de caminhão-pipa, personagens temáticos, além de muita música animada. Também foram distribuídos pipoca, algodão-doce e picolé, garantindo o sabor especial da comemoração.

Mais do que diversão, o “Infância em Festa” representou um gesto de cuidado e amor. Segundo a organização, a proposta é proporcionar momentos inesquecíveis e celebrar o que há de mais bonito na infância: brincar, sorrir e ser feliz.

Toda a programação foi oferecida de forma gratuita, reforçando o compromisso da Prefeitura em priorizar o bem-estar e a alegria das crianças teofilandenses.

Insegurança alimentar atinge 2,1 milhões de lares na Bahia, mas estado registra menor índice em 20 anos

A Bahia registrou, em 2024, o menor índice de insegurança alimentar dos últimos 20 anos, igualando a taxa observada em 2013. Dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 2,115 milhões de domicílios baianos, o equivalente a 37,8% do total, conviviam com algum grau de insegurança alimentar, desde a preocupação com o acesso a alimentos até a falta efetiva de comida.

Apesar da melhora em relação a 2023, quando 40,2% das residências estavam nessa condição, o estado piorou no ranking nacional, subindo da sexta para a quinta maior proporção de domicílios com insegurança alimentar do país. A pesquisa integra o módulo de Segurança Alimentar da PNAD Contínua, realizado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

A redução observada na Bahia foi de 3,2%, o que representa 74 mil domicílios a menos em situação de insegurança alimentar. Mesmo assim, o problema ainda atinge mais de um terço das residências do estado.

O levantamento também mostra que a Bahia, apesar de reunir a quarta maior população do país, concentra o segundo maior número absoluto de lares com insegurança alimentar (2,1 milhões) e de pessoas vivendo nessas condições (5,8 milhões), atrás apenas de São Paulo, que soma 3,3 milhões de domicílios afetados.

Os dados do IBGE detalham que houve melhora em quase todos os níveis de insegurança alimentar, com exceção da leve, que apresentou pequeno aumento. Insegurança leve: afeta 1,334 milhão de domicílios (23,8%), aumento de 0,7% frente a 2023. Nesses casos, há incerteza quanto ao acesso a alimentos, mas não ocorre fome.

Insegurança moderada: presente em 477 mil domicílios (8,5%), queda de 1,2 ponto percentual em relação ao ano anterior. Insegurança grave: atinge 304 mil residências (5,4%), redução de 9% em um ano. Nessas casas, a fome é uma realidade, afetando diretamente 707 mil pessoas.

Com esse número, a Bahia continua sendo o segundo estado com mais lares ameaçados pela fome, atrás apenas de São Paulo (409 mil). Em termos proporcionais, o estado tem a sexta maior taxa de insegurança alimentar grave do país e a mais alta fora da Região Norte.

Embora os indicadores baianos tenham melhorado, a redução foi menor que a média brasileira. No país, a proporção de domicílios com insegurança alimentar caiu de 27,6% em 2023 para 24,2% em 2024 — uma queda de 3,4 pontos percentuais, contra 2,4 pontos na Bahia.

Essa diferença fez o estado cair de posição no ranking, já que outras unidades federativas registraram avanços mais expressivos. Em 2024, o Pará liderou a lista com 44,6% dos lares afetados, seguido de Roraima (43,6%) e Piauí (39,3%). Na outra ponta, Santa Catarina (9,4%), Espírito Santo (13,5%) e Rio Grande do Sul (14,8%) apresentaram as menores taxas do país.

O levantamento nacional do IBGE revela ainda que a insegurança alimentar atinge com mais força domicílios chefiados por mulheres, pessoas pardas e de baixa escolaridade. Entre os lares com insegurança alimentar, 59,9% têm mulheres como responsáveis, enquanto no total de domicílios do país elas representam 51,8%.

Mais da metade (54,7%) dos domicílios afetados é chefiada por pessoas pardas. Quase 4 em cada 10 (36%) são liderados por pessoas com ensino fundamental incompleto, proporção bem superior à média geral de 26,7%

O IBGE realiza medições sobre segurança alimentar desde 2004, por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), e os resultados são comparáveis ao longo das décadas. A Bahia repete agora o menor percentual registrado em 2013, quando o estado também havia atingido 37,8% de domicílios com algum grau de insegurança alimentar.

A nova queda indica avanço após o agravamento observado durante a pandemia da Covid-19, quando a fome voltou a crescer em todo o país. Ainda assim, especialistas destacam que os números baianos mostram uma redução lenta e desigual, e que o problema permanece concentrado nas populações mais vulneráveis.

Serrinha inaugura Agência Transfusional de Sangue e amplia serviços na região sisaleira

Serrinha passou a contar, desde a manhã desta quarta-feira (8), com uma Agência Transfusional de Sangue instalada no Hospital Municipal. A nova unidade vai beneficiar o município e outras 18 cidades pactuadas, oferecendo serviços de transfusão e tratamentos hematológicos que, até então, só estavam disponíveis em Salvador.

Durante a cerimônia de inauguração, o secretário municipal de Saúde, Alex da Saúde, destacou a relevância do equipamento para toda a região.

“É um momento de celebração. Precisamos falar sobre esse marco, sobre essa virada de página de Serrinha e do território do sisal. Pacientes com anemia falciforme, por exemplo, que antes precisavam sair de madrugada para Salvador, agora poderão fazer as transfusões aqui, o que reduz custos e toda uma logística”, afirmou.

A implantação da Agência Transfusional é fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Serrinha e a Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba). O espaço representa um avanço significativo no atendimento de pacientes que necessitam de transfusões e acompanhamento hematológico contínuo.

Entre as funções da unidade estão o armazenamento e conservação de hemocomponentes, realização de testes imunológicos pré-transfusionais, execução e registro das transfusões, rastreamento e notificação de reações transfusionais, além de suporte técnico aos hospitais da região e capacitação das equipes de saúde.

Ao todo, 28 profissionais atuarão na unidade, atendendo Serrinha e os 19 municípios do consórcio de saúde, garantindo mais agilidade e segurança nos procedimentos que antes exigiam longos deslocamentos.

A diretora de Hemoterapia da Hemoba, Ana Clara Resedá, destacou que a nova estrutura vai oferecer serviços inéditos no interior da Bahia, como a sangria terapêutica, indicada para pacientes com níveis elevados de ferritina.

“A gente vai fazer a sangria terapêutica, que é para os pacientes que têm ferritina alta, onde precisamos retirar o sangue, tratar e descartar para que a ferritina baixe. É um serviço que também só tem em Salvador”, explicou.

Segundo Ana Clara, além da capital, o procedimento é realizado apenas no Hemoba e no Hospital São Rafael, da rede privada. Ela também anunciou que o atendimento com hematologista para pacientes com anemia falciforme será pioneiro no interior do estado.

“Teremos serviços e atendimentos com hematologista para pacientes com anemia falciforme, que é um programa único no interior da Bahia”, acrescentou.

O prefeito Cyro Novais (MDB) também participou da inauguração e ressaltou a importância da doação de sangue para o funcionamento da nova estrutura.

“A grande maioria talvez não tenha noção do que é precisar de uma transfusão. Mas é importante entender o valor desse gesto. Temos quase 15 milhões de habitantes e apenas 14 mil doadores. A discrepância é enorme, e o desafio também”, destacou.

Para incentivar a solidariedade, o gestor anunciou que a Prefeitura de Serrinha disponibilizará transporte gratuito para moradores que desejarem doar sangue em Feira de Santana ou Salvador.

“Vamos oferecer transporte sem custo para quem queira doar, porque entendemos que essa estrutura só funciona se houver sangue disponível”, afirmou.

Metade da população baiana vive com até meio salário mínimo

Quase metade da população da Bahia (48%) tinha, em 2022, rendimento médio mensal domiciliar per capita de até meio salário mínimo, o equivalente a R$ 606 naquele ano. O número representa 6,77 milhões de pessoas, de acordo com o Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE. O valor é inferior à linha de pobreza do Banco Mundial, fixada em R$ 636 para países de renda média-alta, como o Brasil.

Embora seja o quarto estado mais populoso do país, a Bahia tem o segundo maior contingente de pessoas com renda per capita até meio salário mínimo, atrás apenas de São Paulo (8,9 milhões). Em 317 dos 417 municípios baianos (76%), mais da metade dos moradores vivia nessa faixa de renda. Os maiores percentuais foram observados em Buritirama (73,3%), Pilão Arcado (72,0%) e Piraí do Norte (71,7%).

Apenas dez cidades baianas (2,4%) registravam rendimento médio domiciliar per capita acima de um salário mínimo (R$ 1.212) em 2022. Lauro de Freitas (R$ 1.879,69), Salvador (R$ 1.770,35) e Luís Eduardo Magalhães (R$ 1.644,88) lideravam o ranking. No extremo oposto, Buritirama, Pilão Arcado e Ipecaetá tinham rendas médias inferiores a R$ 520.

No geral, o rendimento médio per capita baiano era de R$ 1.079,17, 34% menor que a média nacional (R$ 1.638,06) e 11% abaixo do salário mínimo vigente. O estado ocupava a 8ª pior posição do país nesse indicador.

Em 2022, apenas 47,1% da população baiana com 14 anos ou mais estava ocupada, o 10º menor nível do país. No Brasil, o índice era de 53,5%. Apenas 53 municípios baianos (12,7%) tinham mais da metade dos habitantes em idade ativa trabalhando, destaque para Luís Eduardo Magalhães (66,8%), Porto Seguro (63,5%) e São Miguel das Matas (63,3%).

Os menores níveis de ocupação foram registrados em Jaborandi (17,7%), Mansidão (18,9%) e Morpará (19,9%).

O rendimento médio do trabalho na Bahia era de R$ 1.944,86, o terceiro mais baixo do país, à frente apenas de Maranhão e Piauí. Lauro de Freitas (R$ 3.178,64) e Salvador (R$ 2.964,38) apresentavam os maiores salários médios do estado, enquanto Mulungu do Morro (R$ 805,03) tinha o terceiro menor salário do Brasil.

Quatro em cada dez trabalhadores baianos (40,1%) atuavam em comércio (16,8%), agropecuária (14,1%) e construção (9,2%). A agropecuária tem maior peso na Bahia do que na média nacional, onde ocupa a quarta posição entre as atividades que mais empregam.

Apesar de as mulheres representarem 52,2% da população em idade de trabalhar, elas não eram maioria em nenhuma cidade baiana entre os ocupados. Salvador tinha a maior proporção feminina (48,3%).

Mulheres predominavam em apenas 6 das 22 seções de atividade, especialmente em serviços domésticos (93,5%), educação (76,9%) e saúde (76,6%).

A diferença salarial também persistia: o rendimento médio das mulheres (R$ 1.811,73) era 11,2% menor que o dos homens (R$ 2.040,67). As maiores desigualdades estavam em saúde (-44,2%), atividades financeiras (-34,6%) e gestão de resíduos (-45,1%).

Em apenas quatro setores, construção, indústrias extrativas, eletricidade e gás, e transporte, as mulheres recebiam mais do que os homens, justamente nas áreas em que menos trabalhavam.

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