Dobradinha com Lula dá resultado e Jerônimo garante continuidade do PT na Bahia

Eleito com quase 53% dos votos válidos, Jerônimo Rodrigues (PT) terá uma vida mais tranquila no governo da Bahia do que o aliado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto. Tendo construído a base do futuro governo na dobradinha com Lula, o novo governador dará continuidade ao projeto iniciado por Jaques Wagner em 2006 e continuado por Rui Costa nos últimos oito anos. Agora, passada a tensão da eleição, os próximos passos serão decisivos para identificar quem realmente é Jerônimo.

O primeiro autodeclarado indígena a comandar um governo estadual no Brasil terá o desafio de imprimir a própria marca nessa história do PT na Bahia. Durante a campanha eleitoral, o então candidato passou muito tempo sob a sombra de Lula e de Rui. Por mais que os aliados tentassem apresentá-lo ao eleitor, Jerônimo foi o “time de Lula” para elegê-lo e o “ajudante de Rui” por mais tempo do que deveria. Diferente de Lula – e do próprio Wagner -, ainda não dá para saber se o atual comandante do Palácio de Ondina terá desprendimento do cargo. Então, Jerônimo terá que ser grato ao padrinho, ao mesmo tempo em que precisará se mostrar independente dele.

Com a onda federal favorável, Jerônimo pode viver momentos similares aos dos dois mandatos de Wagner e aos dois primeiros anos de Rui. A diferença primordial é a condição de instabilidade política e econômica que Lula vai enfrentar a partir de janeiro de 2023. Caso as instituições funcionem como devem funcionar, não teremos surpresas a partir da derrota do presidente Jair Bolsonaro, primeiro a se frustrar na tentativa de reeleição. Até o momento em que essa coluna era escrita, Bolsonaro não havia reconhecido o resultado das urnas, então é um fator a ser considerado até o final deste ano.

Por mais que tenha perdido a disputa pelo governo da Bahia, ACM Neto (União) não sai minúsculo do pleito, como chegaram a pregar os adversários e até o fogo amigo. A diferença de cerca de 6% entre a votação dele e de Jerônimo mostra que uma parcela expressiva da população baiana comprou o discurso de mudança e pode cobrar pelo desempenho do novo governador com mais afinco do que em eleições anteriores, quando os petistas venceram no primeiro turno. A oposição não deve ter robustez, mas a depender da forma com que ACM Neto se apresentar, pode fazer barulho suficiente para pressionar Jerônimo de maneira com que os antecessores não enfrentaram.

Jerônimo sai vitorioso. Lula ainda mais. Além de vencer a disputa presidencial, o futuro comandante da nação pode colocar na própria conta também a eleição do aliado na Bahia. O ex-presidente teve mais de 72% dos votos dos baianos e mostrou que, aqui no estado, não houve tanto espaço para o bolsonarismo – o atual presidente venceu em apenas duas cidades. Agora é esperar a poeira baixar e ver como se comportam os eleitos e os derrotados nas urnas.

Texto: Fernando Duarte – Bahia Notícias

Com mais de 60 milhões de votos, Lula é o presidente mais votado da história

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o presidente da República eleito com mais votos na história do Brasil. Com 100% das urnas apuradas, o petista recebeu mais de 60,3 milhões de votos nas eleições deste domingo (30) e governará o Brasil pela terceira vez a partir de 1º de janeiro de 2023.

Os votos recebidos pelo petista equivalem a 50,9% dos votos válidos para o cargo no segundo turno deste ano. O atual presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu 58,2 milhões (49,1%).

Antes das eleições de 2022, a votação máxima de um candidato à Presidência havia sido registrada por Bolsonaro, em 2018. No segundo turno daquele pleito, o atual presidente recebeu 57,7 milhões de votos.

Nas outras duas vezes em que foi eleito (2002 e 2006), Lula recebeu 52 milhões e 58 milhões de votos no segundo turno, respectivamente. Dilma Rousseff (PT) foi eleita em 2010 e 2014 com 55 milhões e 54 milhões de votos, respectivamente, no segundo turno.

Em 2 de outubro, no primeiro turno, Lula recebeu 57 milhões de votos, contra 51 milhões de Bolsonaro. Até então, nenhum presidenciável havia atingido a casa dos 50 milhões de votos ainda no primeiro turno.

Desde a primeira eleição pós-redemocratização, o eleitorado apto apresenta tendência de aumento — em consonância com a população brasileira. Com isso, o número de votos do presidente eleito normalmente cresce.

Confira o histórico de votações em segundo turno:

1989 – 2º turno

Collor – 35.089.998 – 53,03%

Lula – 31.076.364 – 46,97%

2002 – 2º turno

Lula – 52.793.364 – 61,27%

Serra – 33.370.739 – 38,73%

2006 – 2º turno

Lula – 58.295.042 – 60,83%

Alckmin – 37.543.178 – 39,17%

2010 – 2º turno

Dilma – 55.752.529 – 56,05%

Serra – 43.711.388 – 43,95%

2014 – 2º turno

Dilma – 54.501.108 – 51,64%

Aécio – 51.041.155 – 48,36%

2018 – 2º turno

Bolsonaro – 57.797.847 – 55,13%

Haddad – 47.040.906 – 44,87%

2022 – 2º turno

Lula – 60.343.247 – 48,43%

Bolsonaro – 58.205.269 – 43,2%

Félix Mendonça apresenta projeto que pune candidatos que faltem a debates no segundo turno

O deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT) apresentou na Câmara um projeto de lei que altera a legislação eleitoral para determinar a realização de ao menos dois debates oficiais nos locais em que houver disputa de segundo turno, em quaisquer das esferas federativas (União, estados e municípios). A medida visa fortalecer o processo democrático e facilitar a escolha do eleitor.

Pela proposta, as rádios e TVs, que são concessão pública, terão que realizar dois debates onde houver segundo turno, em sistema de pool de emissoras, cada um com uma hora e meia de duração. Esse tempo será extraído da propaganda eleitoral que esses veículos exibem durante as eleições. O projeto prevê ainda punição para o candidato que não comparecer aos debates oficiais.

“Quem fugir dos debates previstos na nova legislação, caso o texto seja aprovado, perderá o tempo equivalente na propaganda eleitoral”, explicou Félix. “O objetivo do projeto é justamente estimular que os concorrentes debatam e confrontem suas ideias para que o eleitor tenha instrumentos para fazer bem a sua escolha nas urnas”, acrescentou.

Félix explicou o motivo da proposta prever a realização dos debates oficiais apenas no segundo turno. “No primeiro turno, tem muito candidato que faz jogo combinado com outro. Já no segundo, isso não pode acontecer porque o confronto é direto. Além disso, quando o pleito não é definido no primeiro, o nível de indecisão da população tende a ser maior, e o debate se torna mais fundamental até para ajudar a reduzir as abstenções”.

O parlamentar afirmou ainda que o projeto não impede que outros meios de comunicação, inclusive de concessão pública, promovam seus debates. “O que queremos é só garantir que os candidatos participem ao menos de dois confrontos definidos pela Justiça Eleitoral, com regras definidas pelas campanhas e as emissoras. Claro, quanto mais debates, melhor”, frisou.

“Na Bahia, por exemplo, é muito triste ver o que está acontecendo, com o candidato do PT, Jerônimo Rodrigues, se recusando a dar ao eleitor uma oportunidade de comparar as duas propostas nos veículos de comunicação. Acho que essa não deve ser a postura de alguém que almeja ser governador”, complementou.

Bolsonaro oscila de 45% para 44% e vê Lula aumentar vantagem no 2º turno, diz Datafolha

O Datafolha publicou, na tarde desta quinta-feira (27), seu novo levantamento sobre o segundo turno das eleições presidenciais. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve o percentual obtido na última semana, segurando a liderança da disputa.

Com 49% das intenções de voto, Lula segue liderando a corrida presidencial, enquanto o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), viu seu percentual oscilar negativamente, de 45% para 44%.

Brancos e nulos somam 5% das intenções de voto, enquanto 2% ainda se dizem indecisos quanto ao voto no próximo domingo (30). 

Desconsiderando brancos, nulos e indecisos, Lula aparece com 53% dos votos válidos, contra 47% de Bolsonaro.

O Datafolha entrevistou presencialmente 4.580 eleitores em 252 municípios brasileiros, entre os dias 25 e 27 de outubro. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o nº BR-04208/2022.

Real Time: Jerônimo mantém liderança e aparece com 53% dos votos válidos; Neto tem 47%

Um novo levantamento eleitoral para o governo da Bahia foi divulgado nesta quinta-feira (27) e aponta a manutenção da liderança de Jerônimo Rodrigues, candidato do PT, na disputa com ACM Neto (União). Na pesquisa Real Time Big Data, o ex-secretário de Educação da Bahia aparece com 53% dos votos válidos e o ex-prefeito de Salvador tem 47%.

O levantamento ouviu 1.200 pessoas, presencialmente, entre os dias 24 e 25 de outubro e está registrado sob o nº TRE-BA BA-03758/2022. A pesquisa tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos e 95% de nível de confiança.

Na Bahia, Lula cresce em aprovação; Bolsonaro continua com alto índice de rejeição

A pesquisa AtlasIntel, divulgada nesta quarta-feira (26), indica que Lula (PT) conseguiu crescer o seu índice de aprovação na Bahia, saltando de 70,9% para 71,2% se compararmos com o último levantamento do Instituto. Enquanto isso, Bolsonaro (PL) oscilou para baixo, de 29,1% para 28,8%. Quando o questionamento foi rejeição, o atua presidente segue à frente, tendo um desempenho reprovado por 68,4% e aprovado por apenas 28,3%. Na avaliação, 64,3% consideram o governo federal ruim/péssimo, 18,5% acham ótimo/bom e 16,1% entendem ser regular.

Para O CEO da AtlasIntel, Andrei Roman, os votos na Bahia se mantêm estáveis mesmo em meio a tantos casos de repercussão. “Uma eleição altamente polarizada, difícil para ter qualquer tipo de impacto de última hora, mesmo com esses eventos negativos para o Bolsonaro, caso Roberto Jefferson, a acusação de pedofilia, salário mínimo, apesar disso, ele segue resiliente, até porque a base dele é muito sólida. É difícil, no entanto, ele conseguir os votos que faltam [na Bahia] para virar a eleição”, ponderou.

Pesquisa Ipec: Lula mantém vantagem contra Bolsonaro no segundo turno

A nova rodada da pesquisa Ipec (antigo Ibope), encomendada pela TV Globo e divulgada nesta nesta segunda-feira (10), mostra que o ex-presidente Lula (PT) ainda tem vantagem contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) se a eleição do segundo turno fosse hoje.

Veja os números dos votos totais:

Lula 51%
Bolsonaro 42%
Brancos e nulos 5%
Não sabem 2%

Votos válidos:

Lula 55%
Bolsonaro 45%

O segundo turno acontece em 30 de outubro. No primeiro, realizado no último domingo (2), Lula saiu na frente, com 48,43% dos votos válidos (que desconsideram brancos e nulos), enquanto Bolsonaro teve 43,20%.

Foram entrevistadas 2.000 pessoas, entre sábado (8) e segunda-feira (10), em 130 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com índice de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-02853/2022.

FHC declara apoio formal a Lula no segundo turno: ‘Luta pela democracia e inclusão social’

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) anunciou, nesta quarta-feira (5), o apoio ao também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições de 2022. FHC tinha sinalizado um endosso ainda no primeiro turno contra a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas sem citar nominalmente o petista (lembre aqui). “Neste segundo turno voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social. Voto em Luiz Inácio Lula da Silva”, anunciou FHC.

Cardoso e Lula se enfrentaram nas urnas em 1994 e 1998, quando o tucano venceu ambos os pleitos no primeiro turno. Relativamente próximos nas décadas de 1970 e 1980 – estiveram no mesmo campo político contra a ditadura militar -, os ex-presidentes tiveram relações cordiais após a vitória do petista em 2002, contra o então candidato de FHC à sucessão, o ex-ministro da Saúde, José Serra.

Além de Fernando Henrique, outros tucanos também já declararam apoio a Lula, como os senadores Tasso Jereissati e José Serra – este último derrotado na tentativa de ser deputado federal. Parte dos membros do PSDB, todavia, migaram o apoio para Bolsonaro, como o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que ficou fora da disputa no segundo turno pelo comando do Executivo paulista. É a primeira vez em 28 anos que o PSDB perde o controle do governo paulista.

Ciro reforça decisão unânime do PDT e apoia candidatura de Lula no 2º turno

O candidato derrotado do PDT, Ciro Gomes publicou um vídeo em suas redes sociais reforçando a posição do seu partido, que anunciou na tarde desta terça-feira (4) o apoio unânime ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições (veja aqui). No registro, ele afirmou que irá acompanhar a deliberação.

Ao longo do vídeo-pronunciamento, Ciro discordou das afirmações feitas contra ele ao longo da campanha do primeiro turno e ressaltou que nunca se ausentou ou irá se ausentar de uma luta pelo país. “Sempre me posicionei e me posicionarei na defesa do país contra projetos de poder que nos levaram a essa situação grave e ameaçadora”.

Segundo ele, a decisão de apoiar Lula deve ajudar a “oxigenar” a democracia, mesmo que de forma temporária. Em tempo, ele pontuou: “se não houver a busca efetiva de novos ares, de novos instrumentos, estaremos a mercê de um respirador artificial frágil e precário, limitadíssimo no tempo e no espaço”.

Ele negou que a decisão de apoiar o candidato passe por alguma negociação em busca de cargos em um eventual governo petista. “Nunca aceitaremos imposições ou caprichos de quem quer que seja. Adianto que não pleiteio e nem aceitarei qualquer cargo em eventual futuro governo”, salientou o ex-governador do Ceará.

De acordo com o pedetista – que citou estarmos em uma crise social e econômica -, ele quer “estar livre para a sociedade”, em especial dos mais jovens. “Fiquem certos de que, como sempre fiz, vou fiscalizar, acompanhar e denunciar qualquer desvio do governo que assumirá em janeiro, assim como sugerir ideias para recuperar nosso país”.

Região do Sisal elege 5 deputados para Assembleia Legislativa

A região sisaleira aumentou a bancada de deputados estaduais, sendo dois novatos, após apuração dos votos das eleições deste domingo (2). Segundo o Calila Notícias, parceiro do Bahia Notícias, serão cinco os representantes no Legislativo estadual a partir de 1° de janeiro de 2023.

Em ordem de mais votados foram eleitos Alex da Piatã (PSD), com 114.778 sufrágios; Marcinho Oliveira (União), com 104.969; Osni (PT), com 77.624; Laerte do Vando (PSC), com 44.669 e Luciano Araújo (SD), com 28.412. Alex da Piatã é natural de Conceição do Coité; Marcinho Oliveira, de Santaluz; Osni, de Serrinha; Laerte do Vando, de Monte Santo; e Luciano Araújo, de Valente.

Quem deixará a Assembleia neste ano será o deputado Tom Araújo, que não se candidatou às eleições deste ano. A região sisaleira tem 20 municípios e uma população de 609,1 mil habitantes, conforme última estimativa do IBGE, de 2021.

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