Defasagem no IR faz quem ganha menos pagar quase 2.000% a mais

A falta de correção da tabela do IR (Imposto de Renda), combinada com o aumento da inflação no Brasil, tem gerado um aumento histórico da tributação sobre a população com menor poder aquisitivo. Essa é a conclusão tirada de um estudo feito pelo Sindifisco Nacional, que representa os auditores fiscais da Receita Federal.
 
De acordo com uma simulação feita pela entidade, uma pessoa que recebe R$ 5.000, após deduções, paga atualmente R$ 505,64 de IR. Se toda a defasagem da tabela fosse corrigida, esse valor cairia para R$ 24,73 –uma diferença de quase 2.000%.
 
Em caso de reajuste, apenas pessoas que ganham acima de R$ 4.670,23 ficariam obrigadas a pagar Imposto de Renda. Isso significa que mais 12,75 milhões de brasileiros estariam isentos do pagamento do tributo, chegando a 23,84 milhões ao todo. Hoje, a isenção é dada ao trabalhador que ganha até R$ 1.903,98.
 
No topo da pirâmide, entre os contribuintes que ganham R$ 100 mil ao mês, a diferença percentual entre corrigir ou não a tabela seria bem menor, de cerca de 5%. A diminuição do imposto pago seria dos atuais R$ 26.630,64 para R$ 25.352,85, segundo a simulação do Sindifisco.
 
“Não corrigir a tabela é uma forma de aumentar o imposto para essa numerosa parcela da população, que, além de arcar com o Imposto de Renda, precisa também lidar com os tributos indiretos, que incidem sobre o consumo”, disse presidente do Sindifisco Nacional, Isac Falcão.
 

Mauro Rochlin, economista e professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), destaca que, na medida em que o Imposto de Renda não é reajustado, a inflação acaba onerando mais as pessoas de menor renda porque são as que menos poupam e que menos têm condições de se defender da alta de preços.
 
“A renda dessa pessoa é praticamente toda voltada para consumo e, na medida em que a receita não está acompanhando a inflação, ela é relativamente mais punida do que aquelas que têm maior renda, que podem com o restante de sua renda fazer aplicações financeiras e escapar da alta de preços”, afirma.
 
No acumulado de 12 meses até junho, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial de inflação no país, chegou a 11,89%. No mês, a inflação subiu 0,67% com alta de alimentos fora de casa e plano de saúde, segundo informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
 
A inflação de cada período faz uma grande diferença no cálculo da defasagem. Entre especialistas, o congelamento da tabela é visto como uma estratégia política.
 

“A não correção da tabela progressiva do Imposto de Renda é uma forma de aumentar a arrecadação sem que o Poder Executivo tenha custo político associado à majoração de alíquota, por exemplo”, disse o vice-presidente do Sindifisco Nacional, Tiago Barbosa.
 
“É só deixar a inflação agir sem mexer nas faixas que a correção monetária da renda auferida pelos contribuintes causa aumento no tributo pago. Ou seja, trata-se de um tributo oculto de que o governo não quer abrir mão”, acrescentou.
 
O levantamento feito pelos auditores da Receita mostra que a defasagem da tabela do Imposto de Renda chegou a 147,37%, considerando o período de 1996 –ano em que deixou de sofrer reajustes anuais– a junho deste ano. Antes, nos anos de inflação descontrolada, a tabela sofria reajuste automático por um indexador, a Ufir (Unidade Fiscal de Referência).
 
Foi no segundo ano do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) que a atualização anual deixou de ser feita. A partir da gestão tucana, a correção passou a ser feita de maneira inconstante, como em 2002 e, nos governos do PT, entre 2005 e 2015 –ano mais recente em que houve reajuste.
 
Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), a defasagem está acumulada em 26,6% até junho, de acordo com dados do Sindifisco. O valor está acima de qualquer outro presidente desde a implementação do Plano Real. Segundo a entidade, nenhum outro chefe do Executivo realizou a correção integral da tabela do Imposto de Renda.
 
A tabela de cobrança do Imposto de Renda é a mesma há sete anos, quando o salário mínimo era de R$ 788. Com a previsão de um salário mínimo de R$ 1.294 em 2023, em texto aprovado da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), os brasileiros que receberem R$ 1.941 (1,5 salário mínimo) terão de pagar IR a partir do ano que vem, caso a tabela não seja corrigida.
 
A defasagem faz também com que muitos contribuintes mudem de faixa de renda após reajustes salariais, ainda que abaixo da inflação, e passem a pagar uma alíquota mais elevada em relação ao ano anterior.
 
“O imposto se torna mais regressivo, porque a pessoa muda de faixa salarial sem que tenha tido ganho real de renda. Com isso, ela está sendo mais onerada por força do imposto. Esse é mais um motivo pelo qual a não-correção do Imposto de Renda penaliza as pessoas de menor renda”, disse Rochlin.

Promover a correção da tabela do IR foi um compromisso assumido por Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018, ainda não concretizado.
 

O projeto de lei da reforma do Imposto de Renda, o PL 2.337 de 2021, defendido pelo ministro Paulo Guedes (Economia), previa a correção da tabela, mas a proposta tinha itens polêmicos, como a taxação de lucros e dividendos. O texto está parado no Congresso. Neste ano, o governo não vê mais espaço para implementar a medida, dizendo haver entraves da lei eleitoral.

YouTube derruba live de Bolsonaro sobre urnas de 2021 e analisa mentiras a embaixadores

O YouTube derrubou na segunda-feira (18) uma live de julho de 2021 em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) faz conspirações e afirmações infundadas sobre a segurança das urnas eletrônicas. O conteúdo da live derrubada embasou parte do que foi apresentado no evento desta segunda-feira (18) com embaixadores. A empresa também avalia se vai manter no ar a transmissão desta segunda.
 
Procurado, o YouTube ainda não se manifestou. Desde março, a plataforma de vídeos do Google tem uma política que garante a remoção de conteúdos que contenham alegações falsas de fraudes, erros ou problemas técnicos na eleição de 2018.
 
Nesta segunda, Bolsonaro fez uma apresentação a dezenas de embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada para repetir teorias da conspiração sobre urnas eletrônicas, desacreditar o sistema eleitoral, promover novas ameaças golpistas e atacar ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
 
O chefe do Executivo concentrou suas críticas nos ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso.
 
Fachin é o atual presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Barroso presidiu a corte eleitoral, e Moraes deve comandar o tribunal durante as eleições.
 
Em mais de um momento, Bolsonaro tentou desacreditar os ministros, relacionando especialmente Fachin e Barroso ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
 
O petista lidera as pesquisas de intenção de voto, a menos de 80 dias do pleito. Bolsonaro está em segundo lugar, com 19 pontos de diferença, segundo o Datafolha.

Na fala aos embaixadores, Bolsonaro adotou um tom manso, como se buscasse dar um verniz de seriedade a mais um punhado de ilações sem provas ou indícios ao sistema eleitoral, no momento em que aparece distante do ex-presidente Lula nas pesquisas de intenção de voto.

No Brasil, nunca houve registro de fraude nas urnas eletrônicas, em uso desde 1996.

Anestesista: Giovanni é investigado por 30 possíveis casos de estupro no RJ

A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou, nesta quinta-feira (14), que está investigando 30 possíveis casos de estupro de pacientes do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso em flagrante por estupro durante uma cesariana no Hospital Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

A delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti,  ressaltou que é necessário ouvir os depoimentos das grávidas que podem ter sido estupradas por anestesista. “São relatos ainda. Precisamos investigar. São 30 já identificadas como possíveis”, apontou. 

Ainda de acordo com a delegada Bárbara Lomba, o Hospital Estadual da Mãe de Mesquita, também na Baixada Fluminense, informou que Giovannie acompanhou mais de 20 cirurgias, sendo necesssário investigar se ele também teria usado medicamentos desnecessários ou em excesso. “Toda essa ação criminosa é repugnante, é algo que não imaginávamos que pudesse acontecer’, pontuou a delegada.

Duas dessas possíveis vítimas são esperadas para prestar depoimento nesta quinta-feira (14).

Inadimplência bate recorde com 66,6 milhões de pessoas, diz Serasa

Em um cenário de juros e inflação rodando em níveis elevados no país, e com uma atividade econômica com dificuldades para engatar, as pessoas com as contas em atraso têm alcançado patamares recordes.
 

Dados do Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor divulgados nesta segunda-feira (11) mostram que o Brasil bateu o recorde com 66,6 milhões de inadimplentes em maio, o maior número desde o início da série histórica, em 2016.
 

Ainda segundo os dados da Serasa, na comparação com maio de 2021, houve um acréscimo de 4 milhões de nomes negativados.
 

No balanço de resultados referente ao primeiro trimestre do ano, os grandes bancos já haviam sido unânimes em sinalizar que um aumento da inadimplência dos clientes era esperado para o restante do ano.
 

Segundo o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, apesar do aumento da inadimplência ser esperado, é possível melhorar a situação. “Os consumidores precisam continuar se organizando financeiramente e utilizando ferramentas disponíveis, como o saque do FGTS, para tentar tirar o nome do vermelho.”
 

Bancos e cartões lideram volume de dívidas negativadas A análise setorial da Serasa registrou ainda que o maior volume de dívidas negativadas está no segmento de bancos e cartões, com 28,2% do total.
 

Em seguida estão as contas básicas como água, luz e gás, agrupadas na área de “utilities”, com 22,7%. Em terceiro lugar, ficam os setores de varejo e financeiras, com 12,5% cada um.
 

Na quebra regional entre os Estados brasileiros, São Paulo concentra o maior número de inadimplentes (15,6 milhões), seguido pelo Rio de Janeiro (6,7 milhões), Minas Gerais (6,3 milhões), Bahia (4,1 milhões) e Paraná (3,5 milhões).

Bolsonarista que matou petista se define como conservador e cristão nas redes

O policial penal bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, que matou o guarda municipal petista Marcelo de Arruda na noite de sábado (9) em Foz do Iguaçu (PR), é um dos diretores da associação onde o crime aconteceu, segundo a Polícia Civil do Paraná.

A delegada Iane Cardoso afirmou em entrevista coletiva neste domingo (10) que o atirador dirigia a Aresf (Associação Recreativa e Esportiva da Segurança Física). Por isso, a polícia investiga se ambos se conheciam ou não. A mulher e um amigo de Arruda disseram à Folha que não sabem quem ele era.

“A informação que temos a priori deu a entender que eles se conheciam, mas não há histórico que tenha havido uma divergência ou briga anterior”, afirmou a delegada. “Por isso a gente deduz que talvez eles tivessem um conhecimento.”

Guaranho, que está internado após também ser baleado por Arruda, se define como conservador e cristão. Ele usa as redes sociais principalmente para defender o presidente Jair Bolsonaro (PL), se diz contra o aborto e as drogas e considera arma sinônimo de defesa.

Em junho de 2021, ele aparece sorrindo em uma foto ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do mandatário. “Vamos fortalecer a direita”, escreveu em 30 de abril numa corrente da “#DireitaForte” para impulsionar perfis de conservadores com poucos seguidores.

Sua última postagem antes do crime é um retuíte de uma publicação do ex-presidente da Fundação Cultural Palmares Sérgio Camargo, dizendo: “Não podemos permitir que bandidos travestidos de políticos retornem ao poder no Brasil. A responsabilidade é de cada um de nós”.

Semanas atrás, o policial penal [trabalha em unidades prisionais] publicou ainda uma mensagem de cunho LGBTfóbico ao comentar o anúncio do jogador de futebol Richarlyson sobre ser bissexual. “Popeye assume que come espinafre”, escreveu Guaranho.

Xingamentos e palavrões de cunho sexual também são comuns. “Sua bunda” e “meus ovos”, respondeu a postagens da colunista Mônica Bergamo, da Folha, e do influenciador Felipe Neto em setembro do ano passado.

Bolsonaro se pronunciou sobre o assassinato na noite deste domingo: “Independente das apurações, republico essa mensagem de 2018: Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos”, escreveu.

Testemunhas disseram à polícia que Arruda comemorava seu aniversário quando Guaranho passou de carro e gritou: “aqui é Bolsonaro”. Houve discussão, e o policial penal disse que voltaria. Diante disso, o petista foi ao carro e pegou sua arma, também de acordo com os relatos.

Pouco tempo depois, o bolsonarista retornou. Um vídeo mostra o momento em que ele invade o local, e atira contra Arruda, que também dispara. Como Marcelo tinha muitos conhecidos de direita, amigos chegaram a pensar que a gritaria, no início da confusão, era brincadeira de algum colega do aniversariante.

“Um de nós até foi na cozinha e falou: Marcelo, vai lá recepcionar que chegou mais um amigo seu bolsonarista”, conta o amigo e empresário de turismo André Alliana, 49. Só perceberam que não era piada quando o homem fez o retorno na rua sem saída e, com uma mulher e um bebê no banco de trás, repetiu ameaças.

“O cara tirou a arma para fora do carro e falou: ‘Olha aqui para vocês, vocês merecem morrer, seus desgraçados”, diz André, ao lembrar da ameaça. “Eu estou arrasada. A gente estava entre amigos e família. Tinha pessoas de outras opiniões políticas e nem por isso estávamos alterados ou discutindo. Estávamos festejando o aniversário de 50 anos do Marcelo e esse louco chegou atirando”, diz Pâmela Suellen Silva, companheira do petista.

Veja quais os preços que mais subiram devido a inflação no primeiro semestre de 2022

O bolso do brasileiro não ficou imune à inflação no primeiro semestre de 2022. No acumulado do ano até junho, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 5,49%, informou nesta sexta-feira (8) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
 

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados no indicador, oito tiveram altas de preços no mesmo período. O segmento de vestuário teve a maior inflação no acumulado do ano até junho: 9,14%.
 

Entre os subitens que compõem esse grupo, as maiores altas foram verificadas em roupas associadas ao inverno. O agasalho feminino subiu 18,14%, o infantil avançou 17,66%, e o masculino ficou 15,75% mais caro.
 

Segundo analistas, a carestia de roupas reflete pelo menos dois fatores: os custos de produção ainda elevados e a volta da demanda em um cenário de menores restrições à circulação de pessoas.
 

Após vestuário, o grupo de alimentação e bebidas teve a segunda maior alta de preços no acumulado do ano até junho: 8,42%.
 

Entre os subitens, as maiores disparadas foram registradas por morango (106,81%), melão (64,60%) e batata-inglesa (55,77%). Pepino (55,58%), abobrinha (54,41%) e repolho (51,74%) vieram na sequência.
 

Frutas, legumes e hortaliças subiram no Brasil com o impacto do clima adverso na largada deste ano. A seca no Sul e as chuvas fortes em regiões como o Sudeste e o Nordeste abalaram plantações, com impacto sobre a oferta e os preços finais.
 

Ainda houve pressão nos custos do transporte das mercadorias, já que os combustíveis ficaram mais caros.
 

O grupo de transportes, aliás, teve a terceira maior inflação no acumulado do ano até junho: 7,38%. Trata-se do segmento com o principal peso na composição do IPCA.
 

Dentro de transportes, as maiores altas dos subitens foram de óleo diesel (33,39%) e gás veicular (23,90%). Seguro de veículo veio na sequência (23,61%). A gasolina, que tem o principal peso individual no IPCA, subiu 8,06%.
 

Os combustíveis mais caros são apontados como principais responsáveis pela inflação de transportes.
 

No acumulado do primeiro semestre, também houve aumentos nos grupos de artigos de residência (7,09%), educação (6,24%), saúde e cuidados pessoais (5,87%), despesas pessoais (3,55%) e comunicação (2,26%).
 

No mesmo período, o único segmento com deflação (queda de preços) foi habitação. A baixa atingiu 0,61%. Houve impacto da redução de 14,52% na energia elétrica residencial.
 

A conta de luz teve alívio após o fim, em abril, da taxa extra cobrada para financiar usinas térmicas durante a crise hídrica.

PIX Garantido vem aí: uma nova ameaça aos cartões de crédito

Previsto para ser lançado ainda este ano pelo Banco Central, o PIX Garantido será um forte concorrente dos cartões de crédito e poderá ajudar a derrubar as atuais taxas de juros. Isso porque ele permitirá o parcelamento das compras, otimizando o processo tanto de pagamento quanto de recebimento, ou seja, será um grande atrativo para clientes e empresas. Cada vez mais popular, o PIX já faz parte do dia a dia dos brasileiros e, agora, estará ainda mais funcional por meio dessa expansão.

Entenda como funcionará o PIX Garantido 

O PIX Garantido funcionará na mesma dinâmica de um cartão de crédito, abrindo espaço de tempo para o consumidor pagar o boleto. 

Com um valor limite, o novo serviço poderá ser utilizado tanto em compras à vista quanto em parceladas, sem a necessidade de um cartão magnético. 

A grande mudança é que atualmente o PIX só possibilita a realização de pagamentos feitos à vista, isto é, com o dinheiro que se encontra disponível na conta do pagador. 

Principais benefícios para lojistas

O parcelamento das compras através do PIX conta com diversas vantagens para os lojistas, porque promete ajudar na otimização da gestão financeira e na melhoria do fluxo de caixa do negócio. 

Com ele, será possível reduzir as tarifas cobradas pelas operadoras de cartão de crédito, com garantia do recebimento dos valores parcelados.  

Além disso, os lojistas poderão aumentar o valor do ticket médio das vendas. Por enquanto, o Banco Central não divulgou quais serão os limites disponibilizados no PIX Garantido, mas tudo indica que a adesão será altamente bem-sucedida.   

Vantagens para os consumidores 

Para os consumidores, haverá mais uma opção de crédito no mercado, melhorando o poder de compra, inclusive com taxas de juros que deverão ser bem menores em relação às operadoras de cartões de crédito. 

Endividamento das famílias é de 77,3% em junho, aponta CNC

Em junho, a proporção de famílias com dívidas a vencer ficou em 77,3%, o que representa uma queda de 0,1 ponto percentual em relação a maio. Na comparação com junho de 2021, houve crescimento de 7,6 pontos percentuais. Os dados da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) foram divulgados hoje (7) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). As informações são da Agência Brasil.

De acordo com a CNC, esta é a segunda queda seguida no endividamento, após a alta recorde registrada em abril, quando o indicador ficou em 77,7%. As dívidas no cartão de crédito representam a maior fatia do endividamento, com 86,6% do total de famílias relatando este tipo de dívida. Em seguida vem os carnês, com 18,3%, e o financiamento de carro, com 10,8%. Em junho de 2021, essas proporções eram de 81,8%, 17,5% e 11,9%, respectivamente.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a queda no endividamento reflete a melhora no mercado de trabalho. “Com menos restrições impostas pela pandemia e as medidas temporárias de suporte à renda, como saques extraordinários do FGTS, antecipações do 13º salário, INSS e maior valor do Auxílio Brasil, a população precisou apelar menos para os gastos no cartão”.


A pesquisa mostra que a inadimplência também apresentou queda, com retração de 0,2 ponto percentual na proporção de famílias com contas em atraso para 28,5%. Esta é a primeira queda desde setembro de 2021. A mesma queda foi verificada entre as famílias que afirmam não ter condições de pagar as contas atrasadas, com 10,6% do total.

A responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, explica que a melhora no mercado de trabalho não se reflete no rendimento, pois estão sendo absorvidos trabalhadores com menor nível de escolaridade e o rendimento médio está achatado pela inflação elevada.

“Além disso, o avanço recente da informalidade no emprego é mais um fator que aumenta a volatilidade da renda do trabalho e atrapalha a gestão das finanças pessoais”.

Os dois recortes por faixas de renda apresentaram leve queda na proporção de endividados. Entre as famílias com rendimentos acima de dez salários mínimos, a redução foi de 0,2 ponto percentual (p.p), para 74,2%, enquanto a parcela com ganhos até dez salários mínimos caiu 0,1 p.p, para 78,2%.

Em busca da reeleição, Bolsonaro dobra gasto de publicidade com a Globo

Alvo de diversas críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL), o Governo Federal gastou quase o dobro em publicidade na Globo  de janeiro a junho deste ano, se comparado ao mesmo período de 2021. 

De acordo com o Uol, de 1º de janeiro a 21 de junho do ano passado, a emissora recebeu R$ 6,5 milhões em valores líquidos pagos por materiais publicitários de televisão veiculados em âmbito nacional e regional. Já em 2022, no mesmo período, observa-se aumento de 43% (R$ 11,4 milhões). Os dados são da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência), órgão responsável pelas contratações na área de publicidade e propaganda do governo.

O levantamento feito pelo UOL mostra ainda uma mudança no perfil de investimento feito pela pasta. Na TV, o Palácio do Planalto deu prioridade às campanhas institucionais, isto é, que mostram os feitos da gestão e ajudam a inflar a popularidade do presidente. Em 2021, a Secom havia comprado espaço na Globo para 46 inserções publicitárias categorizadas como “utilidade pública” e apenas dez para materiais institucionais. Já de 1º de janeiro a 21 de junho deste ano, são 72 campanhas institucionais na maior emissora do país (86% a mais) e apenas duas, “utilidade pública” (96% a menos).

2022 será o único ano do mandato de Bolsonaro que a Globo vai ultrapassar as concorrentes SBT e Record em valor recebido por publicidade federal. Neste ano, durante o período analisado, enquanto a emissora carioca recebeu R$ 11,4 mi, a Record ganhou R$ 9,8 mi e o SBT R$ 8,4 mi.

Delegado que prendeu Milton Ribeiro é exonerado de setor da PF que investiga políticos

O delegado Bruno Calandrini, chefe do inquérito que apura suposto tráfico de influência no Ministério da Educação e Cultura (MEC), foi exonerado do setor da Polícia Federal responsável por investigar autoridades com foro privilegiado. As informações são do portal G1.

Segundo nota divulgada nesta terça-feira (28) pela PF, Calandrini foi quem pediu, ainda em maio, para deixar o cargo que ocupava na Coordenação de Inquérito nos Tribunais Superiores. O delegado vai continuar à frente das investigações sobre supostas fraudes no MEC.

Ainda de acordo com a PF, a troca foi formalizada no dia 16 de junho, antes da operação que prendeu o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Bruno Calandrini vai agora coordenar a Unidade Especial de Investigação de Crimes Cibernéticos “presidindo trabalhos investigativos sensíveis daquela unidade”.

Calandrini havia denunciado a colegas da PF, em mensagem interna, que sofreu interferência na execução da operação em que o ex-ministro foi preso. Segundo o delegado, houve “decisão superior” para que Ribeiro não fosse transferido para Brasília, conforme determinação judicial emitida na quarta-feira por um juiz federal. Em razão da “decisão superior”, escreveu o delegado, ele deixou de ter “autonomia investigativa e administrativa para conduzir o Inquérito Policial deste caso com independência e segurança institucional”.

“Falei isso ao Chefe do CINQ [Coordenação de Inquérito nos Tribunais Superiores, da Polícia Federal] ontem, após saber que, por decisão superior, não iria haver o deslocamento de Milton Ribeiro para Brasília e manterei a postura de que a investigação foi obstaculizada ao se escolher pela não transferência de Milton a Brasília à revelia da decisão judicial”, escreveu o delegado na mensagem. De acordo com o delegado, foram concedidas ao ex-ministro “honrarias não existentes na lei”.

“O principal alvo, em São Paulo, foi tratado com honrarias não existentes na lei, apesar do empenho operacional da equipe de Santos que realizou a captura de Milton Ribeiro, e estava orientada, por este subscritor, a escoltar o preso até o aeroporto em São Paulo para viagem a Brasília”, escreveu.

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