Comissão do Congresso aprova verba extra a partidos estimada em R$ 160 mi para 2026

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional (CMO) aprovou, nesta quarta-feira (3), um aumento estimado em cerca de R$ 160 milhões para despesas dos partidos em 2026. A medida foi incluída na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que ainda precisa passar pela votação do plenário nesta quinta-feira (4). 

No ano eleitoral de 2026, estão previstos cerca de R$ 1 bilhão para o fundo partidário, que financia despesas gerais das legendas, e mais R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral, que banca as campanhas dos candidatos. 

A proposta enviada pelo governo federal para o fundo eleitoral era de R$ 1 bilhão, mas a CMO aprovou o aumento para R$ 4,9 bilhões em setembro. 

Nesta quarta, ao final da votação da LDO, a comissão decidiu aprovar um destaque proposto pelo deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP) que beneficia os partidos e causa um impacto milionário aos cofres públicos. 

O adendo determina que o fundo partidário seja reajustado retroativamente, desde 2016, segundo a regra do arcabouço fiscal (que prevê aumento de até 2,5% acima da inflação ao ano).

O relator da LDO, deputado Gervásio Maia (PSB-PB), manifestou posição contrária. O deputado Bohn Gass (PT-RS) também votou contra. 

Questionado pela reportagem, Motta afirmou que não tinha uma estimativa do impacto da medida que propôs. Na votação, ele apenas argumentou que o aumento era de interesse de todos os parlamentares e partidos. 

De acordo com cálculos do relator, o valor seria de cerca de R$ 160 milhões. Maia disse ser contrário à medida “por considerar a realidade do país”. “São muitos milhões de reais para ampliar um fundo que cuida das despesas do dia a dia dos partidos. A gente precisa racionalizar o Orçamento e priorizar temas importantes. […] Isso vai custar muito caro para o bolso do contribuinte”, afirmou. 

“A gente precisa saber o que é prioridade para o país. Aumentar o fundo partidário, na minha concepção, não é prioridade. É um absurdo”, disse Maia. 

A LDO também traz uma obrigação expressa de que o governo Lula (PT) pague 65% das emendas parlamentares antes do início do período eleitoral, em 4 de julho de 2026. A regra vale para emendas individuais e de bancada para área da saúde e assistência social e para as emendas Pix.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, o governo cedeu aos partidos do centrão ao aceitar escrever em lei o calendário de pagamento de emendas. O centrão diz ter votos para impor que 100% das emendas sejam pagas até o meio do ano, mas aceitou um acordo de 65% -o governo propunha 60%. 

Nesta quarta, ao aprovar a LDO, a CMO deu autorização expressa para o governo perseguir o piso inferior da meta de resultado primário em vez do centro. 

Sem esse dispositivo legal, o governo poderia precisar congelar um volume maior de despesas para cumprir as regras fiscais, o que poderia ter repercussão negativa para a atual gestão em pleno ano eleitoral. 

A meta fiscal de 2026 prevê um superávit de 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto), o equivalente a um saldo positivo de R$ 34,3 bilhões. A margem de tolerência, porém, permite que o resultado efetivo seja zero. Além disso, há gastos que ficam fora das regras fiscais. No fim das contas, o saldo final das contas pode ser um déficit primário de R$ 23,3 bilhões.
 

Lula lidera todos os cenários e venceria eleição, segundo pesquisa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria reeleito para o seu quarto mandato se as eleições fossem no próximo domingo, 7. É o que aponta a pesquisa AtlasIntel/Bloomberg divulgada nesta terça-feira, 2.

Segundo o levantamento, o petista venceria em todos os cenários simulados. Quando os adversários são os mesmos do pleito de 2022, Lula aparece com 45,7%, seguido de Jair Bolsonaro (PL) com 44,8%, Simone Tebet (MDB) 2,9% e Ciro Gomes (PDT) com 2,8%. Atualmente, Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e 3 meses de prisão por envolvimento na tentativa de golpe de Estado após as últimas eleições presidenciais e está inelegível.

Em um segundo cenário, contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o petista pontua com 48,4% , enquanto o aliado do ex-presidente aparece com 32,5%, e o terceiro lugar é o governador de Goiás Ronaldo Caiado (União Brasil) com 5,7%.

No terceiro cenário, em simulação contra a ex-premeira dama Michelle Bolsonaro (PL), mas sem Tarcísio, Lula venceria por 48,7% contra 28,6%. Caiado aparece com 9,4%. Em simulação com Flávio Bolsonaro (PL), Lula estaria acima com 47,3% contra 23,1% do filho do ex-presidente. Caiado seria o 3º lugar com 10,2% e Ratinho Jr. teria 7,2%. Em cenário sem um nome direto ligado a Bolsonaro, Lula lidera com 48,5%, seguido por Caiado (16,9%) e Ratinho Jr. (12,6%).

Segundo turno – Em cenários hipotéticos de segundo turno, Lula tem vantagem contra todos os adversários. Contra Bolsonaro, Lula venceria por 49% contra 47%. Os mesmos valores são observados na simulação de Lula contra Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro.

Em dois cenários, contra o governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado há projeções idênticas: Lula teria 49% dos votos, contra 41% dos governadores em cada um dos casos. No caso de Ratinho Jr. (PSD) a diferença é de 49% para Lula e 40% para o governador do Paraná. Em cenário contra o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), Lula venceria por 47% contra 28%.

Para chegar ao resultado, a AtlasIntel ouviu 5.510 pessoas entre os dias 22 e 27 de novembro de 2025, por meio de Recrutamento digital aleatório (Atlas RDR). A margem de erro é 1 p.p. para mais ou para menos, com margem de confiança de 95%.

Justiça condena Nikolas Ferreira a pagar R$ 40 mil por chamar mulher trans de homem

A Justiça de São Paulo condenou o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) a pagar R$ 40 mil por danos morais em episódio de 2022 no qual o parlamentar chamou de “homem” uma mulher trans. 

À época, Nikolas, então vereador de Belo Horizonte, republicou e comentou nas redes sociais um vídeo em que a mulher contou ter sofrido transfobia em um estabelecimento de beleza em São Paulo, que disse só atender mulheres cisgênero. 

No processo, a defesa do hoje deputado federal cita liberdade de expressão e imunidade prevista na Constituição a vereadores por “suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do município”. 

O juiz André Augusto Salvador Bezerra, da 42ª Vara Cível, considerou não ser aplicável a imunidade parlamentar, uma vez que o tema não fazia referência à “discussão de temas relativos ao município onde o parlamentar exercia o mandato na época dos fatos”. 

Apontou, ainda, que a “ideologia de gênero” mencionada por Nikolas no processo é termo “utilizado por determinados grupos religiosos, que insistem em negar a pessoas o direito de se atribuir a um gênero diverso daquele que lhes foi atribuído quando nasceram”. 

“Em uma sociedade em que vigora a liberdade e a democracia, não parece razoável negar esse direito [de autoidentificação de gênero]”, afirmou o magistrado.

“Afinal, trata-se de fato que não atinge a esfera jurídica de mais ninguém, a não ser da própria pessoa envolvida: as demais pessoas continuarão a poder exercer suas opções sexuais, as igrejas continuarão a poder realizar seus cultos, pais e mães perdurarão no exercício de transmitir seus valores morais à prole. Nada, absolutamente nada mudará, a não ser para a própria pessoa que se atribui o gênero diverso ao nascimento.” 

Bezerra também afirmou que o “debate de ideias entre grupos políticos não pode ser utilizado para discriminar” e citou a ADO (Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão) 26, na qual a transfobia foi equiparada ao crime de injúria racial. 

Apontando não haver dúvida de que a autora do processo “sofreu dor apta à caracterização dos dados extrapatrimoniais, de notável repercussão”, o juiz determinou a Nikolas o pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 40 mil. 

O parlamentar também foi condenado a pagar as despesas processuais, fixadas em 10% do valor da indenização. A decisão é do dia 19 de novembro. Ainda cabe recurso. 

Nikolas Ferreira foi vereador de Belo Horizonte de 2020 a 2022 e depois se elegeu deputado federal. O parlamentar acumula denúncias de transfobia, como condenação pela Justiça de Minas Gerais contra Duda Salabert (PDT-MG) em razão de episódio ocorrido em 2020, quando o político disse que chamaria Duda pelo pronome “ele” durante entrevista.

Outros casos emblemáticos foram episódio em que Nikolas apareceu na tribuna da Câmara dos Deputados usando peruca, no dia Dia Internacional da Mulher de 2023, e postagem na internet feita pelo deputado em 2022 de vídeo de uma aluna trans em um banheiro feminino de uma escola.

Por unanimidade, STF decide tornar Eduardo Bolsonaro réu por tentar coagir Supremo sobre julgamento do pai

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, de forma unânime, receber a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e torná-lo réu na Corte. O julgamento ocorre no plenário virtual, onde os ministros depositam seus votos por meio eletrônico.

O voto da ministra Cármen Lúcia, registrado neste sábado (15), seguiu a posição do relator, ministro Alexandre de Moraes, que já havia votado pelo acolhimento da denúncia. Também acompanharam o entendimento os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin. A análise da matéria no plenário virtual segue até o dia 25 de novembro, prazo no qual os ministros ainda podem modificar seus votos, solicitar vista do processo ou pedir o deslocamento do caso para o plenário físico.

Eduardo Bolsonaro é acusado pela PGR de tentar interferir, fora do país, no andamento de um processo judicial que envolve seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo a acusação, a conduta se enquadra no crime de coação no curso do processo. Com a decisão de receber a denúncia, foi aberta formalmente uma ação penal contra o parlamentar. Após a conclusão da fase de julgamento virtual e a publicação da ata, o processo seguirá suas etapas subsequentes, que incluem a oitiva de testemunhas, a produção de provas e o interrogatório do réu.

As informações são do g1.

Justiça determina cassação de prefeita e vice de cidade da BA por abuso de poder e concessão de benefícios em troca de votos

A Justiça Eleitoral determinou a cassação da prefeita e o vice-prefeito de Maiquinique, no sudoeste da Bahia, por abuso de poder político, captação ilícita de votos e conduta vedada. A prefeita Valéria Silveira (PV) e o vice dela, Kayke Jardim (PSD), são investigados por usar benefícios públicos para angariar votos para as eleições em 2024.

Segundo informações levantadas durante a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), divulgada no Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA), nesta terça-feira (23), os políticos manipularam a data de pagamento dos precatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

A dupla disputou a reeleição no ano passado e só liberaram o pagamento um dia antes de se recandidatarem oficialmente. Além disso, eles promoveram o pagamento nas redes sociais, como uma estratégia para alavancar a imagem de suas candidaturas.

Na análise da Justiça, a manipulação da data de pagamento dos benefícios configura manipulação e o abuso de poder. O órgão pontua ainda que a divulgação do pagamento contribuiu para que “eleitores ingênuos, crédulos e de pouca escolaridade” acreditassem que a ação foi uma benfeitoria concedida pela prefeita.

Ainda na AIJE, os políticos investigados concederam licenças-prêmio para servidores públicos em troca de apoio político. Conforme a investigação, entre janeiro e outubro de 2024, a prefeita Valéria Silveira e o vice concederam 46 licenças-prêmio, sendo 27 convertidas em pecúnia e 19 não convertidas e 18 indeferidas. A concessão dos benefícios teria sido feita de forma arbitrária, sem histórico funcional do servidor, análise dos Recursos Humanos ou parecer jurídico, o que caracteriza a captação ilícita de sufrágio.

O g1 tenta contato com o Partido Verde (PV) e o Partido Social Democrático (PSD) para mais detalhes sobre o caso.

Diante disso, a juíza da 91ª Zona Eleitoral determinou a inelegibilidade dos investigados pelo prazo de oito anos e a cassação do diploma dos dois. Além disso, ela estabeleceu uma multa de R$ 10 mil para cada um. A coligação do qual a dupla faz parte, chamada de “Coligação Maiquinique Segue Avançando”, também deve pagar multa de R$ 10 mil, por conduta vedada. Vale ressaltar que a decisão ainda deve passar por instâncias superiores até que as determinações sejam aplicadas.

MP Eleitoral pede cassação de vereadores em Serrinha por suspeita de fraude em cota de gênero

O Ministério Público Eleitoral da Bahia (MPE-BA) ingressou com ação pedindo a cassação dos mandatos de vereadores eleitos pela Federação PSDB/Cidadania em Serrinha. O órgão alega que houve fraude na cota de gênero durante as eleições municipais de 2024.

De acordo com a denúncia, a federação lançou 18 candidatos a vereador, sendo 12 homens e 6 mulheres. Entre as candidatas, Janete Teixeira da Silva e Ana Lúcia de Lima teriam registrado campanhas apenas para cumprir formalmente o percentual mínimo de 30% de candidaturas femininas exigido por lei, sem efetiva intenção de disputar o pleito.

O promotor de Justiça Eleitoral Fábio Nunes Bastos Leal Guimarães destacou que as duas apresentaram movimentação inexistente ou mínima na campanha. Janete, por exemplo, desistiu da candidatura em setembro de 2024, mas não formalizou o pedido na Justiça Eleitoral, não declarou gastos e recebeu apenas um voto. Já Ana Lúcia obteve 15 votos, declarou apenas uma doação de baixo valor e não comprovou atividades de campanha.

“Não se trata de punir candidaturas pouco expressivas, mas de coibir candidaturas absolutamente inativas, utilizadas apenas para atingir o percentual legal”, afirmou o promotor.

Com o pedido, o MPE requer a anulação de todos os votos atribuídos à Federação PSDB/Cidadania em Serrinha, a cassação dos registros e diplomas dos eleitos, além da declaração de inelegibilidade por oito anos dos envolvidos.

Atualmente, a federação ocupa duas cadeiras na Câmara de Serrinha, com os vereadores Rosineide da Silva Lima Souza (Rose de João Grilo) e José Marcondes Oliveira Santos (Bode), que podem perder os mandatos caso a Justiça acate o pedido.

A ação tramita na 150ª Zona Eleitoral de Serrinha e aguarda decisão judicial.

Veja quais deputados baianos votaram a favor da PEC da Blindagem

Nessa terça-feira (16), a Câmara dos Deputados aprovou, em dois turnos, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 3/2021, conhecida como “PEC da Blindagem”. O texto determina que a abertura de processos criminais contra parlamentares só poderá ocorrer com autorização do Congresso Nacional.

A medida, considerada polêmica, recebeu críticas de parte da bancada baiana, que avalia que a mudança pode enfraquecer a atuação do Judiciário no combate à corrupção e favorecer a impunidade.

Por se tratar de alteração constitucional, eram necessários 308 votos favoráveis (três quintos do plenário). No primeiro turno, a proposta obteve 353 votos a 134; no segundo, 344 votos a 133.

Votos da bancada baiana

Na Bahia, 22 deputados votaram a favor da PEC. Dois não participaram da votação — João Leão (PP) e João Carlos Bacelar (PL) —, enquanto Alex Santana (Republicanos) se absteve.

Deputados baianos que apoiaram a PEC 3/2021:

  • Adolfo Viana (PSDB)
  • Arthur Oliveira Maia (União Brasil)
  • Bacelar (PV)
  • Capitão Alden (PL)
  • Cláudio Cajado (PP)
  • Dal Barreto (União Brasil)
  • Diego Coronel (PSD)
  • Elmar Nascimento (União Brasil)
  • Félix Mendonça Júnior (PDT)
  • Gabriel Nunes (PSD)
  • José Rocha (União Brasil)
  • Leo Prates (PDT)
  • Leur Lomanto Júnior (União Brasil)
  • Márcio Marinho (Republicanos)
  • Mário Negromonte Júnior (PP)
  • Neto Carletto (Avante)
  • Paulo Azi (União Brasil)
  • Paulo Magalhães (PSD)
  • Raimundo Costa (Podemos)
  • Ricardo Maia (MDB)
  • Roberta Roma (PL)
  • Rogéria Santos (Republicanos)

Primeira Turma do STF tem maioria para condenar Bolsonaro por todos os crimes da Trama Golpista

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quinta-feira (11) para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por todos os crimes dos quais foram acusados pela Procuradoria-Geral da República na Trama Golpista.

O placar chegou a 3 votos a 1 após a ministra Cármen Lúcia acompanhar o relator, Alexandre de Moraes, e o ministro Flávio Dino. Os três votaram pela condenação de Bolsonaro, seus ex-auxiliares e militares.

Os crimes pelos quais já há maioria pela condenação de Bolsonaro de mais sete réus são:

Deterioração de patrimônio tombado

Golpe de Estado

Abolição violenta do Estado Democrático de Direito

Organização criminosa

Dano qualificado contra patrimônio da União

No caso do réu Alexandre Ramagem, ele é o único que os ministros estão excluindo de dois crimes: dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração do patrimônio tombado.

Os oito réus são:

Anderson Torres: ex-ministro da Justiça

Jair Bolsonaro: ex-presidente da República

Walter Braga Netto: general, ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa do ex-presidente

Mauro Cid: tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator

Almir Garnier: ex-comandante da Marinha

Alexandre Ramagem: ex-diretor da Abin e deputado federal

Augusto Heleno: general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional

Paulo Sérgio Nogueira: general e ex-ministro da Defesa

Os argumentos de Cármen

A ministra fez um voto de quase 2 horas — bem menor que o de Fux, que a antecedeu nesta quarta e votou por 13 horas.

Cármen Lúcia começou dizendo que esse é um julgamento do passado, do presente e do futuro do Brasil, em razão dos episódios de ruptura democrática ao longo da história do país.

Leia a notícia completa do G1 clicando aqui.

Motta diz que ainda não há definição sobre análise de anistia na Câmara: ‘Estamos ouvindo a todos’

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (4) que ainda não decidiu sobre a possibilidade de colocar em votação uma proposta que perdoa condenações dos ataques de 8 de janeiro de 2023.

Motta sinalizou que o assunto ainda está em discussão e que tem ouvido “todos” os interessados no tema — tanto os interessados quanto os críticos da proposta.

“Estamos muito tranquilos com relação à discussão dessa pauta [anistia], não há ainda nenhuma definição [sobre colocar em votação a proposta]. Nós estamos sempre ouvindo o colégio de líderes nessas pautas, não tem ainda”, disse o presidente da Câmara à imprensa.

A anistia aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes voltou ao centro das discussões políticas no Congresso com o início do julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado.

Prioridade principal da oposição na Câmara e no Senado, nas últimas semanas, a pauta tem recebido apoios de parlamentares do Centrão.

Aliados de Bolsonaro têm elevado a pressão para que o projeto seja analisado no Congresso. Na avaliação de congressistas, as negociações ganharam corpo com o embarque do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na articulação.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, afirmou no início da semana que o objetivo é apresentar uma proposta de anistia “ampla, geral e irrestrita” — incluindo um perdão a Jair Bolsonaro. Líder do PL na Câmara, o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ) afirma que é “inadmissível” discutir a proposta sem estabelecer benefícios a Bolsonaro.

Nos últimos dias, Hugo Motta foi procurado por aliados de Bolsonaro para discutir a proposta de anistia. Um dos encontros, confirmado pelo presidente da Câmara, ocorreu com Tarcísio de Freitas.

Motta colocou o compromisso com o governador de São Paulo como parte dos diálogos mantidos com lideranças políticas em torno da proposta.

“O governador é um querido amigo, é do nosso partido, nós temos dialogado sempre. Não tem nenhuma novidade em relação a isso. O governador tem um interesse de que se paute a anistia e isso é público, e nós estamos ouvindo a todos”, declarou.

Nesta quinta, Motta deve voltar a discutir a proposta de anistia com o líder do PL na Câmara. Sóstenes participou, na noite de quarta, de um jantar com Tarcísio e o pastor Silas Malafaia. O perdão aos condenados pelo 8 de janeiro foi um dos temas conversados.

Sóstenes afirmou que, durante o jantar, Tarcísio de Freitas relatou detalhes da conversa com Motta, que também contou com a participação dos presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do Repulicanos, Marcos Pereira.

O parlamentar declarou que espera que, nesta quinta, Hugo Motta apresente um cronograma para discutir a anistia na Câmara. Na avaliação do líder do PL, Motta não parece “confortável” a colocar o tema em debate durante o julgamento de Bolsonaro.

Movimento no Senado

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou nesta semana que deve apresentar um texto próprio sobre a anistia. Segundo aliados, o objetivo da proposta deve ser um alívio em parte das penas aplicadas pelo STF.

Questionado por jornalistas, Hugo Motta não respondeu se a Casa discutirá o modelo defendido por Alcolumbre.

O líder do PL na Câmara avaliou que a proposta discutida pelo senador “não contempla” os desejos da oposição. Segundo ele, o grupo “não tem interesse” em reduções de penas.

“Nossa discussão é anistiar todo mundo ou não. Redução de pena não vai livrar as pessoas que estão fora do país”, disse.

Fonte: g1.globo.com

ACM Neto defende saída imediata do União Brasil do governo Lula: ‘Passou da hora’

Foto: Marina Silva/CORREIO

O vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, defendeu nesta quarta-feira (27) que o partido entregue imediatamente todos os cargos que ocupa no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em declaração pública, ele afirmou que nunca foi favorável à participação da legenda na administração federal e que proporá uma votação na próxima reunião da executiva nacional do partido, já marcada para a próxima terça-feira.

“Nunca fui favorável que o União Brasil ocupasse qualquer cargo no governo Lula. Vejo, entretanto, que, diante dos últimos fatos, seja necessária uma deliberação na próxima reunião da executiva nacional do partido, já marcada para a terça que vem, da imediata entrega de qualquer função ocupada por membros do partido no governo federal”, afirmou ACM Neto.

A manifestação ocorre um dia após o presidente Lula cobrar ministros do União Brasil e do Progressistas (PP) por falta de alinhamento político com o governo. A cobrança foi feita durante reunião ministerial realizada na segunda-feira (26). Na ocasião, Lula teria sido direto ao dizer que ministros que não defendem sua gestão “não podem continuar no governo”, segundo relatos de auxiliares que participaram do encontro.

Entre os alvos da fala do presidente estão os ministros Celso Sabino (Turismo), Frederico Siqueira (Comunicações) e Waldez Goés (Integração e Desenvolvimento Regional), todos do União Brasil, além de André Fufuca (Esportes), do PP. A crítica se dá em meio à aproximação das duas siglas com a oposição, inclusive com a formação de uma federação partidária.

Para ACM Neto, é chegada a hora de uma definição clara sobre o posicionamento do União Brasil no cenário político nacional. “Já passou da hora dessa decisão ser tomada. É por esse motivo que, na condição de membro da executiva, proporei a inclusão na pauta e a votação na próxima semana”, declarou.

Durante a mesma reunião ministerial, o presidente Lula também teria mencionado o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como provável adversário em 2026, e cobrou que o partido Republicanos defina se vai apoiar o governo federal ou a candidatura do governador. Atualmente, o Republicanos comanda o Ministério de Portos e Aeroportos, com o deputado Silvio Costa Filho (PE) à frente da pasta.

Fonte: CORREIO

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